Capítulo 9 - A ACEITAÇÃO DA EXPIAÇÃO
I. A aceitação da realidade
1. O medo da Vontade de Deus é uma das crenças mais estranhas que a mente humana jamais engendrou. Ela nunca poderia ter ocorrido se a mente já não estivesse profundamente dividida, o que possibilitou que ela viesse a ter medo daquilo que na verdade e. A realidade não pode "ameaçar" coisa alguma a não ser ilusões, já que a realidade só pode apoiar a verdade. O próprio fato de que a Vontade de Deus, que é o que tu és, seja percebida como amedrontadora demonstra que tu tens medo do que és. Não é, então, da Vontade de Deus que tens medo, mas da tua.
2. A tua vontade não é a vontade do ego e é por isso que o ego está contra ti. O que parece ser o medo de Deus é realmente o medo da tua própria realidade. É impossível aprender qualquer coisa consistentemente em um estado de pânico. Se o propósito deste curso é ajudar-te a lembrar do que és, e se acreditas que o que és é amedrontados, então segue-se que não aprenderás esse curso. No entanto, a razão de ser do curso é não saberes o que és.
3. Se não sabes qual é a tua realidade, por que estarias tão certo de que ela é amedrontadora? A associação da verdade com o medo que, na melhor das hipóteses, seria altamente artificial, é particularmente inadequada nas mentes daqueles que não sabem o que é a verdade. Tudo o que isso poderia significar é que estás arbitrariamente associando algo além da tua consciência com algo que não queres. É evidente, então, que estás julgando alguma coisa da qual estás totalmente inconsciente. Estabeleceste essa estranha situação de forma que é impossível escapar sem um Guia Que conheça qual é a tua realidade. O propósito desse Guia é apenas o de lembrar-te o que tu queres. Ele não está tentando forçar uma vontade alheia a ti. Apenas está fazendo todo o esforço possível, dentro dos limites que tu Lhe impões, para restabelecer a tua própria vontade na tua consciência.
4. Tu aprisionaste a tua vontade além da tua própria consciência, onde ela permanece, mas não pode ajudar-te. Quando eu disse que a função do Espírito Santo é separar o falso do verdadeiro na tua mente, eu quis dizer que Ele tem o poder de olhar o que tu escondeste e lá reconhecer a Vontade de Deus. O Seu reconhecimento dessa Vontade pode fazer com que ela seja real para ti porque Ele está em tua mente e, portanto, Ele é a tua realidade. Se, então, a Sua percepção da tua mente te traz a realidade dela, Ele está te ajudando a lembrar o que tu és. A única fonte de medo nesse processo é aquilo que pensas que vais perder. No entanto, só podes ter aquilo que o Espírito Santo vê.
5. Eu já enfatizei muitas vezes que o Espírito Santo nunca irá te pedir que sacrifiques o que quer que seja. Mas se tu pedes o sacrifício da realidade de ti mesmo, o Espírito Santo tem que lembrar-te que essa não é a Vontade de Deus porque não é a tua. Não existe nenhuma diferença entre a Vontade de Deus e a tua. Se tu não tivesses uma mente dividida, reconhecerias que o exercício da vontade é a salvação, porque é comunicação.
6. É impossível comunicar-se em línguas diferentes. Tu e o teu Criador podem comunicar-se através da criação porque essa, e somente essa, é a vossa Vontade conjunta. Uma mente dividida não pode se comunicar porque fala em nome de coisas diferentes à mesma mente. Com isso perde-se a capacidade de comunicação, simplesmente porque a comunicação confusa não significa coisa alguma. Não se pode comunicar uma mensagem a menos que ela faça sentido. Quão razoáveis podem ser as tuas mensagens quando tu pedes o que não queres? No entanto, enquanto tiveres medo da tua vontade, é precisamente isso o que estás pedindo.
7. Tu podes insistir dizendo que o Espírito Santo não te responde, mas seria mais sábio considerares o tipo de questionados que és. Tu não pedes apenas o que queres. Isso é assim porque tens medo de que possas recebê-lo, o que de fato aconteceria. É por isso que persistes pedindo ao professor que não tem possibilidade de te dar o que queres. Com ele nunca poderás aprender o que queres e isso te dá a ilusão de segurança. No entanto, não podes ser protegido da verdade, mas apenas na verdade. A realidade é a única segurança. A tua vontade é a tua salvação porque é a mesma de Deus. A separação nada mais é do que a crença em que é diferente.
8. Nenhuma mente certa pode acreditar que a sua vontade é mais forte do que a de Deus. Então, se uma mente acredita que a sua vontade é diferente da de Deus, ela só pode decidir que Deus não existe ou que a Vontade de Deus é amedrontadora. O primeiro é o caso do ateu e o segundo o do mártir, que acredita que Deus exige sacrifícios. Qualquer uma dessas decisões insanas induzirá ao pânico, porque o ateu acredita que está sozinho e o mártir acredita que Deus o está crucificando. No entanto, ninguém realmente quer abandono ou vingança, mesmo que muitos possam buscar os dois. É possível pedires ao Espírito Santo "dádivas" tais como essas e esperar recebê-las de fato? Ele não pode te dar algo que não queres. Quando pedes ao Doador Universal aquilo que não queres, tu estás pedindo aquilo que não pode ser dado porque nunca foi criado. Nunca foi criado porque nunca foi a tua vontade para ti.
9. Em última instância, todos têm que se lembrar da Vontade de Deus, porque, em última instância, todos têm que reconhecer a si mesmos. Esse reconhecimento é o reconhecimento de que a vontade deles e a de Deus são uma só. Na presença da verdade não existem descrentes nem sacrifícios. Na segurança da realidade, o medo é totalmente sem significado. Negar o que é só pode parecer amedrontados. O medo não pode ser real sem uma causa e Deus é a única Causa. 'Deus é Amor e tu O queres. Essa é a tua vontade. Pede isso e serás respondido, porque só estarás pedindo aquilo que te pertence.
10. Quando pedes ao Espírito Santo o que iria ferir-te, Ele não pode responder, porque nada pode ferir-te e assim estás pedindo o nada. Qualquer desejo que brote do ego é um desejo pelo nada e pedir isso não é um pedido. É meramente uma negação na forma de um pedido. O Espírito Santo não está preocupado com forma, estando ciente apenas do significado. O ego não pode pedir coisa alguma ao Espírito Santo pois há um completo fracasso de comunicação entre eles. No entanto, tu podes pedir tudo ao Espírito Santo, porque os teus pedidos são reais para Ele, vindos da tua mente certa. Iria o Espírito Santo negar a Vontade de Deus? E poderia Ele falhar em reconhecê-la no Seu Filho?
11. Tu não reconheces o enorme desperdício de energia que gastas negando a verdade. O que dirias de alguém que persistisse tentando o impossível, acreditando que conseguir o impossível é ter sucesso? A crença em que tens que ter o impossível para seres feliz está totalmente em desacordo com o princípio da criação. A Vontade de Deus não poderia ser que a felicidade dependesse daquilo que nunca poderias ter. O fato de que Deus é Amor não requer crença, mas requer aceitação. É possível que negues fatos, embora seja impossível para ti mudá-los. Se manténs as mãos sobre os teus olhos tu não verás porque estás interferindo com as leis que possibilitam ver. Se negas o amor, tu não o conhecerás, porque a tua cooperação é a lei que faz do amor o que ele é. Tu não podes mudar leis que não fizeste e as leis da felicidade foram criadas para ti, não por ti.
12. Qualquer tentativa de negar o que é tem que ser amedrontadora e, se a tentativa é forte, vai induzir ao pânico. O exercício da vontade contra a realidade, embora impossível, pode se tomar uma meta muito persistente, mesmo que não a queiras. Mas considera o resultado dessa estranha decisão. Estás devotando a tua mente àquilo que não queres. Quão real pode ser essa devoção? Se não a queres, ela nunca foi criada. Se nunca foi criada, nada é. Podes realmente devotar-te ao nada?
13. Deus, em Sua devoção a ti, criou-te devotado a tudo e deu-te aquilo a que tu te devotas. De outro modo, não terias sido criado perfeito. A realidade é tudo e tens tudo porque és real. Não podes fazer o irreal porque a ausência da realidade é amedrontadora e o medo não pode ser criado. Enquanto acreditares que o medo é possível, não criarás. Ordens opostas de realidade fazem com que a realidade seja sem significado e a realidade é significado.
14. Lembra-te então que a Vontade de Deus já é possível e nenhuma outra coisa jamais o será. Essa é a simples aceitação da realidade porque só isso é real. Não podes distorcer a realidade e conhecer o que ela é. O se, de fato, distorces a realidade, vais sentir ansiedade, depressão e, em última instância, pânico, porque estás tentando fazer com que sejas irreal. E quando sentes essas coisas, não tentes procurar pela verdade além de ti mesmo, pois a verdade só pode estar dentro de ti. Portanto, dize:
Cristo está em mim e onde Ele está Deus tem que estar, pois Cristo é parte Dele.
II. A resposta à oração
1. Todos que já tentaram usar a oração para pedir alguma coisa vivenciaram o que aparenta ser um fracasso. Isso é verdadeiro não somente em relação a certas coisas específicas que poderiam ser danosas, mas também em relação a pedidos que estão estritamente de acordo com esse curso. O último caso, em particular, pode ser incorretamente interpretado como uma "prova" de que o curso não se atém ao que diz. Deves lembrar-te, porém, que o curso afirma e repetidas vezes, que o seu propósito é o escapar do medo.
2. Vamos supor, então, que o que pedes ao Espírito Santo é o que realmente queres, mas ainda assim, tens medo disso. Se esse fosse o caso, o fato de conseguires isso não seria mais o que queres. É por isso que certas formas específicas de cura não são conseguidas, mesmo quando se atinge o estado da cura. Um indivíduo pode pedir a cura física porque tem medo de um dano corporal. Ao mesmo tempo, se fosse fisicamente curado, a ameaça ao seu sistema de pensamento poderia ser consideravelmente mais amedrontadora para ele do que a sua expressão física. Nesse caso, ele não está realmente pedindo a liberação do medo, mas a remoção de um sintoma que ele próprio escolheu. Esse pedido, portanto, absolutamente não é um pedido de cura.
3. A Bíblia enfatiza que toda oração é respondida e isso é, de fato, verdadeiro. O simples fato de alguma coisa ser pedida ao Espírito Santo assegurará uma resposta. Entretanto, é igualmente certo que nenhuma resposta dada por Ele jamais será uma resposta que aumentaria o medo. É possível que a Sua resposta não seja ouvida. É impossível, porém, que seja perdida. Tu já recebeste muitas respostas que não ouviste ainda. Eu te asseguro que elas estão à tua espera.
4. Se queres saber se as tuas orações são respondidas, nunca duvides de um Filho de Deus. Não o questiones nem o confundas, pois a tua fé nele é a tua fé em ti mesmo. Se queres conhecer a Deus e a Sua Resposta, acredita em mim, cuja fé em ti não pode
ser abalada. É possível pedires ao Espírito Santo verdadeiramente e duvidares do teu irmão? Acredita que suas palavras são verdadeiras por causa da verdade que está nele. Tu irás unir-te à verdade nele e as suas palavras serão verdadeiras. E à medida em que o ouves, ouvirás a mim. Escutar a verdade é o único modo de ouvi-Ia agora e finalmente conhecê-la.
5. A mensagem que o teu irmão te dá depende de ti. O que é que ele te diz? O que queres que ele te diga? A tua decisão sobre ele determina a mensagem que recebes. Lembra-te que o Espírito Santo está nele e a Sua Voz te fala através dele. O que pode um irmão tão santo te dizer exceto a verdade? Mas tu a estás escutando? O teu irmão pode não saber quem ele é, mas existe uma luz na sua mente que sabe. Essa luz pode brilhar na tua mente, dando verdade às suas palavras e fazendo com que sejas capaz de ouvi-las. As suas palavras são a resposta do Espírito Santo a ti. Será a tua fé nele suficientemente forte para permitir que ouças?
6. Tu não podes orar só para ti mesmo assim como não podes achar alegria somente para ti. A oração é a reafirmação da inclusão, dirigida pelo Espírito Santo, sob as leis de Deus. A salvação é do teu irmão. O Espírito Santo estende-Se da tua mente à sua e responde a ti. Não podes ouvir a Voz de Deus só em ti porque não és só. O a Sua resposta é somente para o que tu és. Não conhecerás a confiança que eu tenho em ti a não ser que a estendas. Não confiarás na orientação do Espírito Santo, nem acreditarás que ela é para ti, a não ser que a ouças em outros. Ela tem que ser para o teu irmão porque é para ti. Teria Deus criado uma Voz só para ti? "Poderias tu ouvir a Sua resposta a não ser como Ele responde a todos os Filhos de Deus? Ouve do teu irmão o que queres que eu ouça de ti, pois não queres que eu seja decepcionado.
7. Eu te amo pela verdade que há em ti, assim como Deus. As tuas decepções podem decepcionar-te, mas não podem decepcionar a mim. Conhecendo o que tu és, eu não posso duvidar de ti.
Ou ouço só o Espírito Santo em ti, Que me fala através de ti. Se queres me ouvir, ouve os meus irmãos, em quem fala a Voz de Deus. A resposta a todas as orações está neles. Serás respondido à medida em que ouves a resposta em todas as pessoas. Não escutes nenhuma outra coisa ou não ouvirás verdadeiramente.
8. Acredita em teus irmãos, porque eu acredito em ti e aprenderás que a minha crença em ti é justificada. Acredita em mim por acreditar neles, em nome do que Deus lhes deu. Eles te responderão se aprenderes a pedir a eles somente a verdade. Não peças bênçãos sem abençoá-los, pois só nesse caminho poderás aprender o quanto és abençoado. Seguindo esse caminho, estás buscando a verdade em ti mesmo. Isso não significa ir além de ti mesmo, mas ir na tua própria direção. Ouve só a Resposta de Deus em Seus Filhos e és respondido.
9. Desacreditar é ficar em oposição, ou atacar. Acreditar é aceitar, é estar do mesmo lado. Acreditar não é ser crédulo, mas aceitar e apreciar. Aquilo que não acreditas, não aprecias e não podes ser grato pelo que não valorizas. Há um preço que vais pagar pelo julgamento, porque o julgamento é o estabelecimento de um preço. O conforme o estabeleces, tu o pagarás.
10. Se o pagamento é equiparado ao ganho, estabelecerás um preço baixo, mas pedirás um alto retorno. Terás esquecido, entretanto, que estabelecer um preço é determinar o valor, assim o teu retorno é proporcional ao teu julgamento quanto ao valor. Se pagar é associado a dar, não pode ser percebido como perda e a relação recíproca de dar e receber será reconhecida. Então, o preço estabelecido será alto, devido ao valor do retorno. O preço do que ganhas é perderes de vista o valor, fazendo com que seja inevitável que não valorizes o que recebes. Valorizando pouco o que recebes, não o apreciarás e nem o quererás.
11. Nunca te esqueças, portanto, de que determinas o valor do que recebes e estabeleces o preço disso pelo que dás. Acreditar que é possível ganhar muito em troca de pouco é acreditar que podes barganhar com Deus. As leis de Deus são sempre justas e perfeitamente consistentes. Dando, tu recebes. Mas receber é aceitar, não ganhar. É impossível não ter, mas é possível não saber que tens. O reconhecimento de ter é a disponibilidade para dar e só através dessa disponibilidade é que podes reconhecer o que tens. O que dás é, portanto, o valor que atribuis ao que tens, sendo a exata medida do valor que dás ao que tens. E isso, por sua vez, é a medida do quanto o queres.
12. Assim, só podes pedir ao Espírito Santo dando a Ele e só podes dar a Ele onde tu O reconheces. Se O reconheces em todas as pessoas, considera o quanto estarás pedindo-Lhe e quanto receberás. Ele não te negará nada porque nada negaste a Ele e assim vós podeis tudo compartilhar. Esse é o caminho e o único caminho para ter a Sua resposta, porque a Sua resposta é tudo o que podes pedir e querer. Dize, então, a todos:
Porque quero me conhecer, eu te vejo como Filho de Deus e meu irmão.
III. A correção do erro
1. O estado de alerta do ego para os erros de outros egos não é o tipo de vigilância que o Espírito Santo quer que mantenhas. Os egos são críticos em termos do tipo de "sentido" que representam. Compreendem esse tipo de sentido porque faz sentido para eles. Para o Espírito Santo, não faz sentido algum.
2. Para o ego, é benigno, certo e bom apontar erros e "corrigi-los." Isso faz sentido perfeito para o ego, que não está ciente do que são os erros e do que é a correção. Os erros são do ego e a correção dos erros está no abandono do ego. Quando corriges um irmão, tu estás lhe dizendo que ele está errado. Ele pode não estar fazendo nenhum sentido nessa ocasião e, é certo que se estiver falando a partir do ego, não estará fazendo sentido. Ainda assim, a tua tarefa é dizer-lhe que ele está certo. Tu não lhe dizes isso verbalmente, se ele estiver falando tolices. Ele necessita de correção em outro nível, porque seu erro está em outro nível. Ainda assim, ele está certo porque é um Filho de Deus. O seu ego está sempre errado, não importa o que diga ou faça.
3. Se apontas os erros do ego do teu irmão, tens que estar vendo através dos teus, porque o Espírito Santo não percebe os seus erros. Isso não pode deixar de ser verdadeiro uma vez que não existe
comunicação entre o ego e o Espírito Santo. O ego não faz nenhum sentido e o Espírito Santo não tenta compreender nada que surja dele. Uma vez que Ele não o compreende, Ele não o julga, sabendo que nada do que o ego faz significa coisa alguma.
4. Quando reages de qualquer modo que seja a erros, não estás escutando o Espírito Santo. Ele meramente os ignorou e se prestas atenção a eles, não O estás ouvindo. Se não O ouves, estás escutando o teu ego e estás fazendo tão pouco sentido quanto aquele irmão cujos erros tu percebes. Isso não pode ser correção. No entanto, é mais do que apenas uma falta de correção para ele. É abrir mão da correção em ti mesmo.
5. Quando um irmão se comporta de maneira insana só podes curá-lo percebendo nele a sanidade. Se percebes os seus erros e os aceitas, estás aceitando os teus próprios. Se queres entregar os teus ao Espírito Santo, tens que fazer o mesmo com os dele. A não ser que essa venha a ser a única forma de lidares com todos os erros, não poderás compreender como todos os erros são desfeitos. Há alguma diferença entre dizer-te que o que ensinas tu aprendes e isso? O teu irmão está tão certo quanto tu estás e se pensas que ele está errado, estás condenando a ti mesmo.
6. Tu não podes corrigir a ti mesmo. É possível, então, corrigires um outro? No entanto, podes vê-lo verdadeiramente porque é possível para ti ver a ti mesmo verdadeiramente. Não depende de ti mudar o teu irmão, mas meramente aceitá-lo como é. Os seus erros não vêm da verdade que está nele e só essa verdade é sua. Os seus erros não podem mudar isso e não podem ter qualquer efeito sobre a verdade em ti. Perceber erros em qualquer pessoa e reagir a eles como se fossem reais é fazer com que sejam reais para ti. Não vais escapar de pagar o preço disso, não porque estás sendo punido por isso, mas porque estás seguindo o guia errado e, portanto perderás o teu caminho.
7. Os erros do teu irmão não são dele, assim como os teus não são teus. Aceita os seus erros como reais e terás atacado a ti mesmo. Se queres achar o teu caminho e mantê-lo, vê só a verdade ao teu lado, pois vós caminhais juntos. O Espírito Santo em ti perdoa todas as coisas em ti e no teu irmão. Os seus erros são perdoados junto com os teus. A Expiação não é mais separada do que o amor. A Expiação não pode ser separada porque vem do amor. Qualquer tentativa que faças para corrigir um irmão significa que acreditas que a correção é possível através de ti e isso só pode ser arrogância do ego. A correção é de Deus Que não conhece arrogância.
8. O Espírito Santo tudo perdoa porque Deus tudo criou. Não assumas a Sua função, ou esquecerás a tua. Aceita só a função de curar no tempo, porque é para isso que o tempo serve. Deus te deu a função de criar na eternidade. Tu não precisas aprender isso, mas precisas aprender a querer isso. Para tal foi feito todo o aprendizado. Esse é o uso que o Espírito Santo faz de uma capacidade que não precisas, mas fizeste. Dá a Ele essa capacidade! Tu não compreendes como usá-la. Ele te ensinará como ver a ti mesmo sem condenação por aprenderes a olhar todas as coisas sem ela. A condenação, então, não será real para ti e todos os teus erros serão perdoados.
IV. O plano de perdão do Espírito Santo
1. A Expiação é para todos, porque é o caminho para desfazer a crença em que qualquer coisa seja só para ti. Perdoar é não ver. Olha, portanto, para o que está além do erro e não permitas que a tua percepção pare nele, pois vais acreditar naquilo que a tua percepção demonstra. Aceita como verdadeiro só o que o teu irmão é, se queres conhecer a ti mesmo. Percebendo o que ele não é, não serás capaz de conhecer o que tu és porque o verás falsamente. Lembra-te sempre que a tua Identidade é compartilhada e que o Seu compartilhar é a Sua realidade.
2. Tu tens um papel a desempenhar na Expiação mas o plano da Expiação está além de ti. Não compreendes como não ver os erros, ou não os farias. Acreditar que não os fizeste ou que podes corrigi-los sem um Guia para a correção, seria meramente persistir no erro. O se não segues esse Guia, teus erros não serão corrigidos. O plano não é teu devido à tuas idéias limitadas a respeito do que és. É desse senso de limitação que surgem todos os erros. O caminho para desfazê-los, portanto, não vem de ti, mas é para ti.
3. A Expiação é uma lição em compartilhar, que te é dada porque tu esqueceste como fazê-lo. O Espírito Santo apenas lembra-te o uso natural das tuas capacidades. Reinterpretando a capacidade de atacar em capacidade de compartilhar, Ele traduz aquilo que fizeste no que Deus criou. Se queres realizar isso através Dele, não podes olhar para as tuas capacidades através dos olhos do ego, pois irás julgá-las como ele as julga. Todo o poder que elas têm para causar dano está no julgamento do ego. Toda a sua utilidade está no julgamento do Espírito Santo.
4. O ego também tem um plano de perdão porque estás pedindo um plano, embora não o estejas pedindo ao professor certo. O plano do ego, é claro, não faz sentido e não funcionará. Seguindo o seu plano, simplesmente irás colocar-te em uma situação impossível, para a qual o ego sempre te conduz. O plano do ego é fazer com que vejas, em primeiro lugar, o erro com clareza e depois não o vejas. Mas como é possível não veres aquilo que fizeste com que fosse real? Vendo-O com clareza, tu fizeste com que fosse real e não podes deixar de vê-lo. É aqui que o ego é forçado a apelar para "mistérios", insistindo que precisas aceitar o que não tem significado para salvar-te. Muitos tentaram fazer isso em meu nome, esquecendo que as minhas palavras fazem sentido perfeito porque vêm de Deus. Elas têm tanto sentido agora como sempre tiveram porque falam de idéias que são eternas.
5. O perdão, que é aprendido através de mim, não usa o medo para desfazer o medo. Nem faz com que o real seja irreal para
depois destruí-lo. O perdão através do Espírito Santo simplesmente está em olhar além do erro desde o início, mantendo-O assim irreal para ti. Não permitas que qualquer crença na realidade do erro penetre em tua mente, ou também irás acreditar que tens que desfazer o que fizeste de modo a seres perdoado. O quenão tem efeito não existe e para o Espírito Santo os efeitos do erro são inexistentes. Cancelando regular e consistentemente todos os seus efeitos, em toda a parte e em todos os aspectos, Ele ensina que o ego não existe e prova isso.
6. Segue, então, o ensinamento de perdão do Espírito Santo, porque o perdão é a Sua função e Ele conhece como desempenhá-la perfeitamente. Foi isso o que eu quis dizer quando disse que os milagres são naturais e quando não ocorrem algo de errado aconteceu. Milagres são meramente o sinal da tua disponibilidade em seguir o plano de salvação do Espírito Santo, reconhecendo que tu não compreendes o que ele é. O Seu trabalho não é função tua e a não ser que aceites isso, não poderás aprender qual é a tua função.
7. A confusão de funções é tão típica do ego que deverias estar bastante familiarizado com ela a essa altura. O ego acredita que todas as funções lhe pertencem, mesmo que não tenha nenhuma idéia do que sejam. Isso é mais do que mera confusão. É uma combinação particularmente perigosa de grandiosidade e confusão que faz com que o ego provavelmente seja capaz de atacar qualquer pessoa e qualquer coisa sem nenhuma razão. Isso é exatamente o que o ego faz. Ele é imprevisível em suas respostas, porque não tem nenhuma idéia do que percebe.
8. Se não tens a mínima idéia do que está acontecendo, quão adequadamente podes esperar reagir? Poderias perguntar a ti mesmo, sem levar em consideração como interpretarias a reação, se tal imprevisibilidade coloca o ego em uma posição sólida como teu guia. Deixa-me repetir que as qualificações do ego enquanto guia são singularmente infelizes e, como professor da salvação, ele é uma escolha por demais pobre. Qualquer um que escolha um guia totalmente insano tem que ser ele próprio totalmente insano. E nem é verdadeiro que tu não reconheças que o guia é insano. Reconheces porque eu reconheço e tu o julgaste pelos mesmos padrões que eu.
9. O ego literalmente vive de tempo tomado de empréstimo e seus dias estão contados. Não tenhas medo do Julgamento Final, mas dá boas-vindas a ele e não o esperes, pois o tempo do ego é "tomado de empréstimo" da tua eternidade. Essa é a Segunda Vinda, que foi feita para ti assim como a Primeira foi criada. A Segunda Vinda é meramente o retorno do sentido. É possível que isso seja amedrontador?
10. O que pode ser amedrontados além de fantasias e quem se volta para fantasias, a não ser aquele que se desespera por não achar satisfação na realidade? Entretanto, é certo que nunca irás achar satisfação em fantasias, de modo que a tua única esperança é mudar a tua mente acerca da realidade. Só se a decisão de que a realidade é amedrontadora estiver errada é que Deus pode estar certo. O eu te asseguro que Deus está certo. Fica contente, pois, por teres errado, mas isso só aconteceu porque não sabias quem eras. Se soubesses seria tão impossível para ti errar como para Deus.
11. O impossível só pode acontecer em fantasias. Quando procuras a realidade em fantasias, não vais achá-la. Os símbolos da fantasia são do ego e desses acharás muitos. Mas não olhes para eles em busca de significado. Eles não têm mais significado do que as fantasias de que são tecidos. Os contos de fadas podem ser agradáveis ou amedrontadores, mas ninguém os considera verdadeiros. As crianças podem acreditar neles e assim, por algum tempo, esses contos são verdadeiros para elas. Entretanto, quando a realidade desponta as fantasias se vão. Nesse ínterim, a realidade não desapareceu. A Segunda Vinda é a consciência da realidade, não o seu retorno.
12. Olha, minha criança, a realidade está aqui. Ola pertence a ti e a mim e a Deus, e é perfeitamente satisfatória para todos nós. 3Só essa consciência cura porque é a consciência da verdade.
V. O curador não-curado
1. O plano do ego para o perdão é muito mais usado do que o de Deus. Isso é assim porque é empreendido por curadores não-curados e é, portanto, do ego. Vamos considerar agora, com mais detalhes, o curador não-curado. Por definição, ele está tentando dar o que não recebeu. Se é um teólogo, por exemplo, ele pode partir da premissa “Eu sou um miserável pecador, assim como tu." Se é um psicoterapeuta, é mais provável que parta da crença igualmente inacreditável em que o ataque é real para ambos, ele próprio e o paciente, mas que não importa para nenhum dos dois.
2. Eu disse repetidamente que as crenças do ego não podem ser compartilhadas e por isso são irreais. Como é possível, então, que descobri-las possa fazer com que sejam reais? Todo curador que procura fantasias para que venham a ser a verdade necessariamente não está curado, porque não sabe onde procurar a verdade e, por conseguinte não tem a resposta para o problema da cura.
3. Há uma vantagem em trazer à consciência os pesadelos, mas somente para ensinar que eles não são reais e que qualquer coisa que contenham não tem significado. O curador não-curado não pode fazer isso porque não acredita nisso. Todos os curadores não-curados têm que seguir o plano do ego para o perdão de uma forma ou de outra. Se são teólogos, provavelmente condenam a si mesmos, ensinam a condenação e advogam uma solução amedrontadora. Projetando a condenação sobre Deus, eles O fazem parecer vingativo e têm medo da Sua punição. O que fizeram foi apenas identificar-se com o ego e ao perceber o que ele faz, condenam a si mesmos devido a essa confusão. É compreensível que tenha havido revoltas contra esse conceito, mas revoltar-se contra ele ainda é acreditar nele.
4. Algumas das formas mais novas do plano do ego são tão inúteis quanto as antigas, porque a forma não importa e o conteúdo não foi mudado. Em uma das formas mais novas, por exemplo, um psicoterapeuta pode interpretar os símbolos do ego em um pesadelo e então usá-los para provar que o pesadelo é real. Tendo feito com que seja real, ele então tenta desfazer os seus efeitos, depreciando a importância do sonhador. Osse seria um enfoque de cura se o sonhador também fosse identificado como irreal. Entretanto, se o sonhador é equiparado à mente, o poder corretivo da mente através do Espírito Santo é negado. Isso é uma contradição mesmo nos termos do ego, contradição essa que até o ego, na sua confusão, usualmente nota.
5. Se o caminho para neutralizar o medo é reduzir a importância da mente, como pode isso construir a força do ego? Tais inconsistências evidentes são a razão por que ninguém realmente explicou o que acontece na psicoterapia. Nada realmente acontece. Nada de real aconteceu com o curador não-curado e ele tem que aprender com o seu próprio ensino. Seu ego sempre buscará ganhar alguma coisa da situação. O curador não-curado, portanto, não sabe como dar e conseqüentemente não pode compartilhar. Ele não pode corrigir porque não está trabalhando de modo a corrigir. Acredita que depende dele ensinar ao paciente o que é real, embora ele próprio não o saiba.
6. O que deveria acontecer então? Quando Deus disse "Haja luz," houve luz. É possível achares a luz analisando a escuridão, como faz o psicoterapeuta, ou como o teólogo, reconhecendo a escuridão em ti mesmo e procurando uma luz distante para removê-la, enfatizando a distância durante todo o tempo? A cura não é misteriosa. Nada vai mudar a não ser que seja compreendido, já que a luz é compreensão. Um "miserável pecador" não pode ser curado sem mágica e nem pode uma "mente sem importância" estimar-se sem mágica.
7. Assim sendo, ambas as formas de abordagem do ego têm, necessariamente, que desembocar em um impasse: a característica "situação impossível" à qual o ego sempre conduz. É possível ajudar alguém apontando a direção que ele está seguindo, mas o sentido se perde, a menos que ele também seja ajudado a mudar de direção. O curador não-curado não pode fazer isso para ele, pois não pode fazê-lo para si. A única contribuição significativa que o curador pode fazer é apresentar um exemplo de alguém cuja direção foi mudada para ele e que não mais acredite em pesadelos de espécie alguma. A luz na mente dele irá então responder ao questionados, que tem que decidir com Deus que existe luz porque ele a vê. O através do reconhecimento dele, o curador sabe que ela existe. É assim que, em última instância, a percepção é traduzida em conhecimento. O trabalhador de milagres começa percebendo a luz e traduz a sua percepção em certeza por estendê-la continuamente e aceitar o reconhecimento dela. Seus efeitos lhe asseguram que ela existe.
8. Um terapeuta não cura; ele permite que a cura seja. Ele pode apontar a escuridão, mas não pode por si mesmo trazer a luz, pois a luz não é dele. Entretanto, sendo para ele, ela tem que ser também para o seu paciente. O Espírito Santo é o único Terapeuta. Ele faz com que a cura seja clara em qualquer situação na qual Ele seja o Guia. Tu só podes permitir que Ele cumpra a Sua função. Ele não precisa de ajuda para isso. Ele dir-te-á exatamente o que fazer para ajudar qualquer pessoa que Ele te envie em busca de ajuda e falará a ela através de ti, se não interferires. Lembra-te de que escolhes o guia para ajudar e a escolha errada não ajudará. Mas, lembra-te também de que a escolha certa vai ajudar. Confia Nele pois ajudar é a Sua função, e Ele é de Deus. 12À medida que despertas outras mentes para o Espírito Santo através Dele e não de ti, vais compreender que não estás obedecendo às leis desse mundo. Mas as leis que estás obedecendo funcionam. “Bom é aquilo que funciona" é uma afirmação sólida, porém insuficiente. Só o que é bom pode funcionar. Nenhuma outra coisa funciona em absoluto.
9. Esse curso oferece uma situação de aprendizado muito direta e muito simples e provê o Guia Que te diz o que fazer. Se o fizeres, verás que funciona. Seus resultados são mais convincentes do que as suas palavras. Eles te convencerão de que as palavras são verdadeiras. Seguindo o Guia certo, aprenderás a mais simples de todas as lições:
Por seus frutos os conhecereis, e eles conhecerão a si mesmos.
VI. A aceitação do teu irmão
1. Como é que podes vir a ser cada vez mais consciente do Espírito Santo em ti mesmo a não ser através dos Seus efeitos? Não podes vê-Lo com os teus olhos nem ouvi-lo com os teus ouvidos. Então, como podes percebê-Lo? Se inspiras alegria e os outros reagem a ti com alegria, mesmo que não estejas vivenciando alegria em ti mesmo, tem que haver alguma coisa em ti que é capaz de produzi-la. Se isso está em ti e pode produzir alegria, e se vês que de fato produz alegria nos outros, tens que estar dissociando-a em ti mesmo.
2. Parece-te que o Espírito Santo não produz alegria em ti de forma consistente só porque não fazes surgir alegria nos outros consistentemente. As reações dos outros a ti são as tuas avaliações da Sua consistência. Quando és inconsistente, nem sempre farás surgir alegria e, portanto, nem sempre reconhecerás a Sua consistência. O que ofereces ao teu irmão, ofereces a Ele, porque Ele não pode ir além do teu oferecimento na Sua doação. Isso é assim não porque Ele limite a Sua doação mas simplesmente porque limitaste o teu recebimento. A decisão de receber é a decisão de aceitar.
3. Se os teus irmãos são parte de ti, vais aceitá-los? Só eles podem ensinar-te o que tu és, pois o teu aprendizado é o resultado do que lhes ensinaste. O que invocas neles é o que invocas em ti mesmo. O na medida em que tu o invocas neles, vem a ser real para ti. Deus tem apenas um Filho, conhecendo a todos como um só. Só o próprio Deus é mais do que eles, mas eles não são menos do que Ele é. Queres conhecer o que isso significa? Se o que fazes ao meu irmão, fazes a mim e se fazes tudo a ti mesmo porque nós somos parte de ti, tudo o que nós fazemos também pertence a ti. Cada um que Deus criou é parte de ti e compartilha a Sua Glória contigo. A Sua Glória pertence a Ele, mas é igualmente tua. Tu não podes, portanto, ser menos glorioso do que Ele.
4. Deus é mais do que tu és somente porque Ele te criou, mas nem isso Ele quer impedir a ti. Portanto, podes criar assim como Ele o fez e a tua dissociação não vai alterar isso. Nem a Luz de Deus, nem a tua, serão atenuadas pelo fato de não veres. Porque a Filiação tem que criar como um só, tu te lembras da criação sempre que reconheces parte da criação. Cada parte que lembras soma-se à tua integridade, porque cada parte é íntegra. A integridade é indivisível, mas tu não podes aprender sobre a tua integridade enquanto não a vires em toda parte. Podes conhecer-te só como Deus conhece Seu Filho, pois o conhecimento é compartilhado com Deus. Quando despertares Nele, conhecerás a tua magnitude por aceitares a Sua ausência de limites como tua. Mas por enquanto, tu a julgarás como julgas a do teu irmão e vais aceitá-la como aceitas a dele.
5. Tu ainda não despertaste, mas podes aprender como despertar. Muito simplesmente, o Espírito Santo te ensina a despertar os outros. À medida em que tu os vês despertos, vais aprender o que significa o despertar e porque escolheste despertá-los, a sua gratidão e a sua apreciação do que tu lhes deste vão ensinar-te o valor do despertar. Eles virão a ser as testemunhas da tua realidade, como vós fostes criados como testemunhas da realidade de Deus. No entanto, quando a Filiação se reúne e aceita a própria unicidade, ela será conhecida por suas criações, que testemunham a realidade dela assim como o Filho faz com o Pai.
6. Milagres não têm lugar na eternidade, porque são reparadores. Entretanto, enquanto ainda tens necessidade de cura, os teus milagres são as únicas testemunhas da tua realidade que podes reconhecer. Não podes apresentar um milagre para ti mesmo, porque os milagres são uma forma de dar aceitação e recebê-la. No tempo, o dar vem em primeiro lugar, embora sejam simultâneos na eternidade onde não podem ser separados. Quando tiveres aprendido que são o mesmo, a necessidade do tempo terá terminado.
7. A eternidade é um tempo único, e a sua única dimensão é "sempre". Isso nada pode significar para ti enquanto não te lembrares dos Braços abertos de Deus e finalmente conheceres a Sua Mente aberta. Como Ele, tu és "sempre"; em Sua Mente e com uma mente como a Sua. Na tua mente aberta as tuas criações estão em comunicação perfeita nascida da perfeita compreensão. Se pudesses aceitar ao menos uma delas, não quererias nada do que o mundo tem a oferecer. Tudo o mais seria totalmente sem significado. O significado de Deus é incompleto sem ti e tu és incompleto sem as tuas criações. Aceita o teu irmão nesse mundo e não aceites nenhuma outra coisa, pois nele acharás as tuas criações porque ele as criou contigo. Nunca saberás que és co-criador com Deus enquanto não aprenderes que o teu irmão é co-criador contigo.
VII. As duas avaliações
1. A Vontade de Deus é a tua salvação. Como não teria Ele te dado os meios de achá-la? Se a Sua Vontade é que tu a tenhas, Ele tem que ter feito com que seja possível e fácil obtê-la. Os teus irmãos estão em todos os lugares. Tu não tens que ir buscar a salvação longe. Cada minuto e cada segundo te dá uma chance de salvar a ti mesmo. Não percas essas chances, não porque elas não retornarão, mas porque é desnecessário protelar a alegria. A Vontade de Deus para ti é a felicidade perfeita agora. É possível que não seja essa também a tua vontade? E é possível que não seja essa também a vontade dos teus irmãos?
2. Considera, então, que nesta vontade conjunta vós estais todos unidos e somente nisso. Pode existir desacordo acerca de qualquer outra coisa, mas não acerca disso. É, então, aí que habita a paz. E tu habitas em paz quando assim o decides. Entretanto, não podes habitar na paz a não ser que aceites a Expiação porque a Expiação é o caminho para a paz. A razão é muito simples e tão óbvia que freqüentemente não é vista. O ego tem medo do óbvio, já que a obviedade é a característica essencial da realidade. No entanto, tu não podes deixar de vê-la a não ser que não estejas olhando.
3. É perfeitamente óbvio que se o Espírito Santo olha com amor para tudo o que Ele percebe, Ele te olha com amor. A Sua avaliação de ti baseia-se no Seu conhecimento do que tu és, portanto, Ele te avalia verdadeiramente. O essa avaliação tem que estar na tua mente, porque Ele está. O ego também está na tua mente, porque tu o aceitaste lá. A sua avaliação de ti, no entanto, é exatamente oposta à do Espírito Santo, porque o ego não te ama. Ele não está ciente do que és e desconfia totalmente de tudo o que percebe porque as suas percepções são tão variáveis. O ego é, portanto, capaz de suspeita, na melhor das hipóteses, e de perversidade na pior. Esse é o seu escopo. Não pode ultrapassá-lo devido à sua incerteza. E não pode nunca ir além dela porque jamais pode estar certo.
4. Tu tens, então, duas avaliações conflitantes de ti mesmo na tua mente e elas não podem ser ambas verdadeiras. Tu ainda não te dás conta do quanto essas avaliações são completamente diferentes, porque ainda não compreendes quão elevada a percepção que o Espírito Santo tem de ti realmente é. Ele não é enganado por nada do que fazes, porque Ele nunca esquece o que és. O ego é enganado por tudo o que fazes, especialmente quando respondes ao Espírito Santo, porque nestas ocasiões a sua confusão aumenta. O ego, portanto, é particularmente capaz de atacar-te quando reages amorosamente, porque te avaliou como não sendo amoroso e tu estás indo contra o seu julgamento. O ego atacará os teus motivos logo que eles passem a estar claramente em desacordo com a sua percepção de ti. É aí que ele vai se deslocar abruptamente da suspeita para a perversidade, uma vez que a sua incerteza terá aumentado. Entretanto, com certeza é inútil atacar de volta. O que pode significar isso exceto que estás concordando com a avaliação que o ego faz do que tu és?
5. Se escolhes ver a ti mesmo como não sendo amoroso, não serás feliz. Estás te condenando e tens, portanto, que te considerares inadequado. Olharias para o ego em busca de ajuda para escapar de um sentimento de inadequação que ele produziu e tem que manter para existir? É possível escapares da sua avaliação de ti usando os seus métodos para manter esse retrato intacto?
6. Não podes avaliar um sistema insano de crenças estando dentro dele. Seu escopo exclui isso. Só podes ir além dele, olhar em retrospectiva de um ponto onde a sanidade exista e ver o contraste. Só através desse contraste é que a insanidade pode ser julgada como insana. Com a grandeza de Deus em ti, tens escolhido ser pequeno e lamentar a tua pequenez. Dentro do sistema que ditou essa escolha o lamento é inevitável. A tua pequenez é aceita gratuitamente nesse sistema e tu não perguntas "Quem decidiu que seja assim?" A pergunta é sem significado dentro do sistema de pensamento do ego, porque ela abriria ao questionamento todo o sistema.
7. Eu disse que o ego não sabe o que é uma pergunta real. Qualquer tipo de falta de conhecimento é sempre associado com uma recusa em conhecer e isso produz uma total falta de conhecimento simplesmente porque o conhecimento é total. Não questionar a tua pequenez é, por conseguinte, negar todo o conhecimento e manter intacto todo o sistema de pensamento do ego. Não podes reter parte de um sistema de pensamento, porque ele só pode ser questionado no seu fundamento. E isso tem que ser questionado de um ponto além do sistema, pois dentro dele o seu fundamento de fato se mantém. O Espírito Santo julga contra a realidade do sistema de pensamento do ego meramente porque Ele sabe que o seu fundamento não é verdadeiro. Portanto, nada que surja a partir dele significa coisa alguma. Ele julga cada uma das crenças que manténs em termos da origem que ela tem. Se vem de Deus, Ele sabe que é verdadeira. Se não vem, Ele sabe que é sem significado.
8. Sempre que questionares o teu próprio valor, dize:
O próprio Deus é incompleto sem mim.
Lembra-te disso quando o ego falar e assim tu não o ouvirás. A verdade a teu respeito é tão elevada que coisa alguma que não seja digna de Deus é digna de ti. Escolhe, pois, o que queres nestes termos e não aceites nada que não queiras oferecer a Deus como totalmente adequado para Ele. Tu não queres nenhuma outra coisa. Devolve a tua parte a Deus e Ele te dará tudo de Si Mesmo em troca da devolução do que pertence a Ele e O torna completo.
VIII. Grandeza versus grandiosidade
1. A grandeza é de Deus e somente Dele. Portanto, ela está em ti. Sempre que vens a estar ciente dela, por mais que essa consciência seja vaga, automaticamente abandonas o ego, pois na presença da grandeza de Deus a falta de significado do ego vem a ser perfeitamente aparente. Quando isso ocorre, mesmo que ele não o compreenda, o ego acredita que o seu "inimigo" atacou e tenta oferecer dádivas para induzir-te a retornar para a sua "proteção". A auto-adulação é a única oferta que ele pode fazer. A grandiosidade do ego é a alternativa que ele tem para a grandeza de Deus. Qual das duas escolherás?
2. A grandiosidade é sempre um disfarce para o desespero. É sem esperança porque não é real. É uma tentativa de neutralizar a tua pequenez baseada na crença em que a pequenez é real. Sem essa crença, a grandiosidade é sem significado e seria impossível para ti querê-la. A essência da grandiosidade é a competitividade porque ela sempre envolve ataque. É uma tentativa ilusória de fazer melhor, não de desfazer. Dissemos anteriormente que o ego vacila entre a suspeita e a perversidade. Ele permanece suspeitando enquanto tu te desesperas. E passa para a maldade quando decides não tolerar o auto-abatimento e procurar alívio. Então, ele te oferece a ilusão do ataque como uma "solução."
3. O ego não compreende a diferença entre grandeza e grandiosidade, porque não vê nenhuma diferença entre os impulsos para os milagres e as suas próprias crenças alienadas. Eu te disse que o ego está ciente da ameaça à sua existência, mas não faz distinções entre esses dois tipos muito diferentes de ameaça. Seu profundo senso de vulnerabilidade torna-o incapaz de julgar, exceto em termos de ataque. Quando o ego vivencia ameaça, a única decisão que toma é se deve atacar agora ou se deve retirar-se para atacar mais tarde. Se aceitas a sua oferta de grandiosidade, ele ataca imediatamente. Se não aceitas, ele esperará.
4. O ego fica imobilizado na presença da grandeza de Deus, porque a Sua grandeza estabelece a tua liberdade. Mesmo o mais leve sinal da tua realidade literalmente empurra o ego para fora da tua mente, porque desistirás de qualquer investimento nele. A grandeza é totalmente desprovida de ilusões e, porque é real, é convincente de forma constrangedora. Entretanto, a convição da realidade não vai permanecer contigo a não ser que não permitas que o ego a ataque. O ego fará todos os esforços para recuperar e mobilizar as suas energias contra a tua liberação. Ele te dirá que és insano e argumentará que a grandeza não pode ser uma parte real de ti devido à pequenez na qual ele acredita. No entanto, a tua grandeza não é delusória, pois não foste tu que a fizeste. Fizeste a grandiosidade e tens medo dela, porque e uma forma de ataque, mas a tua grandeza é de Deus Que a criou a partir do Seu Amor.
5. Em função da tua grandeza, só podes abençoar, porque a tua grandeza é a tua abundância.
Abençoando, a reténs em tua mente, protegendo-a das ilusões e mantendo-te na Mente de Deus. Lembra-te sempre que não podes estar em nenhum outro lugar exceto na Mente de Deus. Quando te esqueceres disso, entrarás em desespero e atacarás.
6. O ego depende apenas da tua disponibilidade para tolerá-lo. Se estiveres disposto a olhar para a tua grandeza, não podes te desesperar e portanto não podes querer o ego. A tua grandeza é a resposta de Deus ao ego, porque é verdadeira. Pequenez e grandeza não podem coexistir e nem é possível que se alternem. Pequenez e grandiosidade podem e têm que alternar-se, já que ambas não são verdadeiras e estão portanto no mesmo plano. Sendo esse o nível da variação, ele é vivenciado como variável e os extremos são as suas características essenciais.
7. A verdade e a pequenez negam-se uma à outra porque a grandeza é verdade. A verdade não vacila; é sempre verdadeira. Quando a grandeza te foge, tu a substituíste por algo feito por ti. Talvez seja a crença na pequenez, talvez a crença na grandiosidade. Entretanto, não pode deixar de ser insana, porque não é verdadeira. A tua grandeza nunca te decepcionará, mas as tuas ilusões sempre o farão. As ilusões são enganos. Não podes triunfar, mas és exaltado. E no teu estado exaltado, buscas outros que são como tu e regozija-te com eles.
8. É fácil distinguir a grandeza da grandiosidade porque o amor volta para ti e o orgulho não. O orgulho não produzirá milagres e irá, portanto, privar-te das verdadeiras testemunhas da tua realidade. A verdade não é obscura nem está escondida, mas a sua obviedade para ti está na alegria que trazes às suas testemunhas, que a mostram a ti. Elas atestam a tua grandeza, mas não podem atestar o orgulho, porque o orgulho não é compartilhado. Deus quer que contemples o que Ele criou porque essa é a Sua alegria.
9. É possível que a tua grandeza seja arrogante quando o próprio Deus a testemunha? E o que pode ser real sem testemunhas? Que bem pode advir disso? O se nenhum bem pode vir disso, o Espírito Santo não pode usá-lo. O que Ele não pode transformar na Vontade de Deus absolutamente não existe. A grandiosidade é delusória porque é usada para substituir a tua grandeza. Entretanto, o que foi criado por Deus não pode ser substituído. Deus é incompleto sem ti, porque a Sua grandeza é total e tu não podes estar faltando.
10. Tu és inteiramente insubstituível na Mente de Deus. Nenhuma outra pessoa pode preencher a tua parte nela e enquanto deixas a tua parte vazia, o teu lugar eterno simplesmente espera pelo teu retomo. Deus, através da Sua Voz, lembra-te disso e o próprio Deus mantém a salvo as tuas extensões dentro dele. Entretanto, não as conheces enquanto não retomas a elas. Não podes substituir o Reino e nem substituir a ti mesmo. Deus, Que conhece o teu valor, não quer que seja assim e por isso não é assim. O teu valor está na Mente de Deus e, portanto, não está apenas na tua. Aceitar a ti mesmo tal como Deus te criou não pode ser arrogância, pois é a negação da arrogância. Aceitar a tua pequenez é arrogante porque significa que acreditas que a tua avaliação de ti mesmo é mais verdadeira do que a de Deus.
11. No entanto, se a verdade é indivisível, a tua avaliação de ti mesmo não pode deixar de ser a mesma de Deus. Não foste tu que estabeleceste o teu próprio valor e ele não necessita de defesas. Nada pode atacá-lo nem prevalecer sobre ele. Ele não varia. Meramente é. Pergunta ao Espírito Santo qual ele é e Ele te dirá, mas não tenhas medo da Sua resposta, porque ela vem de Deus. É uma resposta exaltada, devido à sua Fonte, mas a Fonte é verdadeira assim como a Sua resposta. Escuta e não questiones o que ouves, pois Deus não engana. Ele quer que substituas a crença do ego na pequenez pela Sua própria Resposta exaltada quanto ao que tu és, de modo que possas parar de questioná-la sobre isso e a conheças assim como é.