julho 15, 2010

Capítulo 23 - A GUERRA CONTRA TI MESMO

Capítulo 23 - A GUERRA CONTRA TI MESMO

Introdução.

1. Tu não vês que o oposto da fragilidade e da fraqueza é a impe­cabilidade? A inocência é força e nada mais é forte. Os que não têm pecado não podem ter medo, pois qualquer tipo de pecado é fraqueza. O espetáculo de força que o ataque quer usar para encobrir a fragilidade não a esconde, pois como se poderia ocul­tar o irreal? Ninguém que tenha um inimigo é forte e ninguém é capaz de atacar a não ser que pense que tem um inimigo. A crença em inimigos é, portanto, a crença na fraqueza e o que é fraco não é a Vontade de Deus. Sendo oposto a ela, é ‘inimigo’ de Deus. Deus é temido como uma vontade que se opõe.

2. Como, de fato, vem a ser estranha essa guerra contra ti mesmo! Não poderás deixar de crer que todas as coisas que usas para o pecado podem ferir-te e vir a ser o teu inimigo. E lutarás contra ele e tentarás enfraquecê-lo devido a isso e pensarás que tiveste êxito e atacarás de novo. É tão certo que terás medo daquilo que atacares como é certo que amarás o que perceberes sem pecado. Caminha em paz aquele que viaja impecavelmente pela estrada que o amor lhe mostra. Pois lá o amor caminha com ele, prote­gendo-o do medo. E ele só verá aqueles que não têm pecado, que não podem atacar.

3. Caminha em glória com a cabeça erguida e não temas mal al­gum. Os inocentes estão a salvo porque compartilham sua pró­pria inocência. Nada do que vêem é danoso, pois a sua consciên­cia da verdade libera todas as coisas da ilusão do dano. E o que parecia causar dano, agora está brilhando em inocência, liberado do pecado e do medo e alegremente devolvido ao amor. Eles compartilham a força do amor porque olharam para a inocência. E todo erro desapareceu porque eles não o viram. Aquele que olha procurando a glória achá-la-á onde ela está. Onde poderia estar senão nos inocentes?

4. Não permitas que as pequenas interferências te puxem para a pequenez. Não pode haver atração pela culpa na inocência. Pen­sa no mundo feliz pelo qual caminhas com a verdade ao teu lado! Não desistas deste mundo de liberdade em troca de um pequeno suspiro de desejo pelo pecado aparente, pelo faiscar diminuto da atração pela culpa. Deixarias de lado o Céu em troca de todas essas distrações insignificantes? O teu destino e o teu propósito estão muito além disso, naquele lugar limpo onde a pequenez não existe. O teu propósito está em desacordo com qualquer tipo de pequenez. E assim ele está em desacordo com o pecado.

5. Que nós não permitamos que a pequenez conduza o Filho de Deus à tentação. A sua glória está além disso, incomensurável, intemporal como a eternidade. Não permitas que o tempo se in­trometa na perspectiva na qual tu o percebes. Não o deixes ame­drontado e sozinho em sua tentação, mas ajuda-o a erguer-se acima dela e a perceber a luz da qual ele faz parte.A tua inocência iluminará o caminho para a sua e assim a tua é protegida e manti­da na tua consciência. Pois quem é capaz de conhecer a própria glória e perceber o pequeno e o fraco em si mesmo? Quem é capaz de caminhar tremendo em um mundo amedrontador e re­conhecer que a glória do Céu brilha em si mesmo?

6. Nada do que está à tua volta deixa de ser parte de ti. Olha para isso amorosamente e vê nisso a luz do Céu. Assim virás a compreender tudo o que te é dado. Em perdão benigno o mundo cintilará e brilhará e tudo o que antes pensavas ser pecado agora será re-interpretado como parte do Céu. Como é bonito cami­nhar limpo, redimido e feliz, através de um mundo em amarga necessidade da redenção que a tua inocência lhe concede! O que podes valorizar mais do que isso? Pois aqui está a tua salvação e a tua liberdade. E ela tem que ser completa se quiseres reconhe­cê-la.


I. As crenças irreconciliáveis

1. A memória de Deus vem à mente quieta. Ela não pode vir aonde há conflito, pois uma mente em guerra contra si mesma não se lembra da gentileza eterna. Os meios da guerra não são os meios da paz e o que as pessoas voltadas para a guerra que­rem lembrar não é amor. A guerra é impossível a não ser que a crença na vitória seja valorizada. O conflito dentro de ti necessa­riamente implica no fato de que acreditas que o ego tem o poder de ser vitorioso. Por que outra razão te identificarias com ele? Com certeza, reconheces que o ego está em guerra com Deus. É certo que ele não tem nenhum inimigo. Entretanto, igualmente certa é a sua crença fixa segundo a qual ele tem um inimigo que não pode deixar de dominar e que terá sucesso.

2. Não reconheces que uma guerra contra ti mesmo seria uma guerra contra Deus? É concebível a vitória? E se fosse, seria essa uma vitória que tu quererias? A morte de Deus, se fosse possível, seria a tua morte. Isso é uma vitória? O ego sempre marcha para a derrota porque pensa que o triunfo sobre ti é possível. E Deus pensa de outro modo. Isso não é guerra, apenas uma crença lou­ca segundo a qual a Vontade de Deus pode ser atacada e derrota­da. Tu podes te identificar com essa crença, mas ela nunca será mais do que loucura. E o medo reinará na loucura e lá parecerá ter substituído o amor. Esse é o propósito do conflito. E para aqueles que pensam que isso é possível, os meios parecem reais.

3. Estejas certo de que é impossível: Deus e o ego ou tu e o ego jamais vos encontrareis. Vós pareceis vos encontrar e fazeis as vossas estranhas alianças com base no que não tem significado. Pois as vossas crenças convergem para o corpo, a casa escolhida do ego, que tu acreditas que é a tua. Vós vos encontrais num equívoco, um erro na auto-avaliação. O ego une-se com uma ilusão de ti mesmo que compartilhas com ele. E, no entanto, ilu­sões não podem se unir. Elas são a mesma e não são nada. Sua união baseia-se no nada; duas são tão insignificantes quanto uma ou mil. O ego não se une a nada, não sendo nada. A vitória que ele busca é tão sem significado quanto ele próprio.

4. Irmão, a guerra contra ti mesmo está quase no fim. O final da jornada está no lugar da paz. Não queres aceitar agora a paz que te é oferecida aqui? Esse ‘inimigo’ contra o qual lutaste, como se fosse um intruso na tua paz é transformado aqui, diante da tua vista, no doador da tua paz. O teu ‘inimigo’ era o próprio Deus, para Quem todos os conflitos, o triunfo e qualquer tipo de ataque são desconhecidos. Ele te ama perfeitamente, completamente e eternamente. O Filho de Deus em guerra contra o seu Criador é uma condição tão ridícula como seria a natureza rugindo contra o vento com raiva, proclamando que ele já não faz parte dela. Se­ria possível a natureza estabelecer isso e fazer com que fosse ver­dadeiro Também não cabe a ti dizer o que fará parte de ti e o que será mantido à parte.

5. A guerra contra ti mesmo foi empreendida com o intuito de ensinar ao Filho de Deus que ele não é ele mesmo e não é o Filho de seu Pai. Para isso, a memória de seu Pai tem que ser esqueci­da. Ela é esquecida na vida do corpo e se pensas que és um corpo, acreditarás que a esqueceste. No entanto, a verdade nun­ca pode ser esquecida por ela mesma e tu não te esqueceste do que és. Apenas uma estranha ilusão de ti mesmo, um desejo de triunfar sobre o que tu és não se lembra.

6. A guerra contra ti mesmo não é senão a batalha de duas ilu­sões, lutando para fazer com que sejam diferentes uma da outra, acreditando que aquela que vencer será verdadeira. Não ne­nhum conflito entre elas e a verdade. Elas também não são dife­rentes uma da outra. Ambas não são verdadeiras. E assim não importa a forma que tomam. O que as fez é insano e elas perma­necem sendo parte do que as fez. A loucura não contém nenhu­ma ameaça à realidade e não tem nenhuma influência sobre ela. As ilusões não podem triunfar sobre a verdade e nem podem ameaçá-la de forma alguma. E a realidade que negam não é par­te delas.

7. O que tu lembras é uma parte de ti. Pois não podes deixar de ser como Deus te criou. A verdade não luta contra ilusões, nem ilusões lutam contra a verdade. Ilusões apenas batalham consigo mesmas. Sendo fragmentadas, elas fragmentam. Mas a verdade é indivisível e está muito além do pequeno alcance que possam ter. Tu lembrar-te-ás do que conheces quando tiveres aprendido que não podes estar em conflito. Uma ilusão a respeito de ti mes­mo pode batalhar contra outra, entretanto, a guerra de duas ilu­sões é um estado no qual nada ocorre. Não há nenhum vencedor e não há nenhuma vitória. E a verdade permanece radiante, à parte do conflito, intocada e quieta na paz de Deus.

8. O conflito tem que se dar entre duas forças. Ele não pode exis­tir entre um poder e o nada. Não há nada que possas atacar que não seja parte de ti. E por atacares, fazes duas ilusões a respeito de ti mesmo, uma em conflito com a outra. E isso ocorre sempre que olhas para qualquer coisa que Deus criou com qualquer coisa que não seja amor. O conflito é amedrontador porque é o nasci­mento do medo. Entretanto, o que nasce do nada não pode ven­cer a realidade através de uma batalha. Por que irias preencher o teu mundo com conflitos contigo mesmo? Permite que toda essa loucura seja desfeita para ti e volta-te em paz para a lembrança de Deus, ainda brilhante na tua mente quieta.

9. Vê como o conflito de ilusões desaparece quando é trazido à verdade! Pois ele só parece ser real enquanto é visto como uma guerra entre verdades conflitantes; a vencedora será a mais verda­deira, a mais real e a conquistadora da outra que era menos real e que passa a ser uma ilusão a ser vencida. Assim, o conflito é a escolha entre ilusões, uma deverá ser coroada como real e a outra vencida e desprezada. Aqui, o Pai jamais será lembrado. No en­tanto, ilusão alguma pode invadir a Sua casa e expulsá-Lo do que Ele ama para sempre. E o que Ele ama não pode deixar de ser para sempre quieto e para sempre em paz porque é a Sua casa.

10. Tu, que és amado por Ele, não és uma ilusão, sendo tão real e tão santo quanto Ele Mesmo. A serenidade da tua certeza do Pai e de ti próprio é a casa de Ambos, Que habitam como um só e não à parte. Abre a porta da Sua santíssima casa e permite que o perdão varra todo vestígio da crença no pecado que mantém Deus sem lar e Seu Filho com Ele. Tu não és um estranho na casa de Deus. Dá boas-vindas a teu irmão no lar onde Deus o instalou em sere­nidade e paz e habita com ele. As ilusões não têm lugar onde mora o amor, protegendo-te de todas as coisas que não são verda­deiras. A paz na qual tu habitas é tão ilimitada quanto a do seu Criador e todas as coisas são dadas àqueles que querem lembrá­-Lo. O Espírito Santo vela sobre a Sua casa, seguro de que a Sua paz nunca pode ser perturbada.

11. Como é possível que o lugar onde Deus descansa se volte con­tra si mesmo e busque dominar Aquele Que ali habita? E pensa no que acontece quando a casa de Deus se percebe dividida. O altar desaparece, a luz se faz cada vez mais tênue, o templo do Santíssimo vem a ser a casa do pecado. E nada é lembrado, exce­to ilusões. Ilusões podem conflitar porque as suas formas são diferentes. E elas, de fato, batalham apenas para estabelecer qual é a forma que é verdadeira.

12. Ilusões encontram ilusões, a verdade encontra a si mesma. O encontro de ilusões conduz à guerra. A paz, olhando para si mes­ma, estende-se. A guerra é a condição na qual nasce o medo e ele cresce e busca dominar. A paz é o estado onde habita o amor e busca compartilhar a si mesmo. Conflito e paz são opostos. Onde um habita, o outro não pode estar, aonde quer que qual­quer um dos dois vá, o outro desaparece. Assim é a memória de Deus obscurecida em mentes que vieram a ser o campo de bata­lha de ilusões. Entretanto, muito além dessa guerra sem sentido, ela brilha pronta para ser lembrada quando estiveres do lado da paz.


II. As leis do caos

1. As ‘leis’ do caos podem ser trazidas à luz, embora nunca possam ser compreendidas. Leis caóticas dificilmente têm significado e estão, portanto, fora da esfera da razão. No entanto, elas parecem ser um obstáculo à razão e à verdade. Vamos, então, olhá-las calmamente para que possamos olhar para o que está além delas, compreendendo o que são e não o que elas querem manter. É essencial que se compreenda para o que servem, por­que o propósito que têm é fazer com que a verdade seja sem significado e atacá-la. Aqui estão as leis que regem o mundo que fizeste. E, no entanto, nada governam e não é preciso quebrá-las, simplesmente olhar para elas e ir além.

2. A primeira lei caótica é que a verdade é diferente para cada um. Como todos esses princípios, esse mantém que cada um é separa­do e tem um conjunto diferente de pensamentos que o põe à mar­gem dos outros. Esse princípio se desenvolve a partir da crença em que existe uma hierarquia de ilusões, algumas são mais valio­sas e, portanto, verdadeiras. Cada um estabelece isso para si mes­mo e faz com que seja verdadeiro através do seu ataque ao que o outro valoriza. E isso é justificado porque os valores diferem e aqueles que os mantêm parecem não ser como os outros e, portan­to, são inimigos.

3. Pensa em como isso parece interferir com o primeiro princípio dós milagres. Pois isso estabelece graus de verdade entre ilusões, fazendo com. que pareça que algumas são mais difíceis de superar do que outras. Se fosse reconhecido que todas são a mesma e igualmente inverídicas, seria então fácil de se compreender que os milagres se aplicam a todas elas. Todos os tipos de erros podem ser corrigidos porque são inverídicos. Quando trazidos à verdade, ao invés de serem levados uns aos outros, meramente desapare­cem. Nenhuma parte do nada pode ser mais resistente à verdade do que outra.

4. A segunda lei do caos, de fato valorizada por todos os adoradores do pecado, é que cada um não pode deixar de pecar e, portanto merece ataque e morte. Esse princípio, estreitamente relacionado com o primeiro, é a exigência de que os erros pedem punição e não correção. Pois a destruição daquele que faz o erro coloca-o além da correção e além do perdão. O que ele fez é assim inter­pretado como uma sentença irrevogável sobre si mesmo, a qual o próprio Deus não tem o poder de superar. O pecado não pode ser redimido, sendo a crença segundo a qual o Filho de Deus pode cometer equívocos pelos quais a sua própria destruição vem a ser inevitável.

5. Pensa no que isso parece fazer com o relacionamento entre o Pai e o Filho. Agora, aparentemente, eles nunca mais poderão ser um outra vez. Pois um deles não pode deixar de estar sempre condenado, e pelo outro. Agora, eles são diferentes e inimigos. E o seu relacionamento é de oposição, assim como os aspectos se­parados do Filho só se encontram para conflitar, mas não para unir-se. Um vem a ser fraco, o outro forte através da sua derrota. E o medo de Deus e uns dos outros agora aparenta ser razoável e se faz real devido ao que o Filho de Deus fez a ambos, a si mesmo e a seu Criador.

6. A arrogância em que se baseiam as leis do caos não pode ser mais evidente do que aqui. Aqui está um princípio que pretende definir o que o Criador da realidade tem que ser, o que Ele tem que pensar e o que Ele tem que acreditar e como Ele tem que responder acreditando nisso. Nem mesmo se considera necessá­rio perguntar-Lhe acerca da verdade do que foi estabelecido para que Ele creia. Seu Filho pode dizer-Lhe isso e Ele não tem senão a escolha de aceitar a sua palavra ou estar equivocado. Isso con­duz diretamente à terceira crença absurda que parece fazer com que o caos seja eterno. Pois se Deus não pode estar equivocado, Ele tem que aceitar a crença do Seu Filho acerca do que ele é e odiá-lo por isso.

7. Vê como o medo de Deus é reforçado por esse terceiro princí­pio. Agora vem a ser impossível voltar-se para Ele pedindo ajuda na miséria. Pois agora Ele veio a ser o ‘inimigo’ Que a causou, a Quem é inútil apelar. E nem pode a salvação estar dentro do Fi­lho, cujos aspectos parecem estar em guerra contra Ele e justifica­dos em seu ataque. E agora o conflito se faz inevitável, além da ajuda de Deus. Pois agora a salvação não pode deixar de ser im­possível porque o salvador veio a ser o inimigo.

8. Não pode haver nenhuma liberação, nem é possível escapar. Assim a Expiação vem a ser um mito e a vingança, não o perdão, é a Vontade de Deus. A partir de onde tudo isso começa, não há nenhuma ajuda, à vista que possa ser bem-sucedida. Só a destrui­ção pode ser o resultado. E o próprio Deus parece estar ao lado da destruição para dominar Seu Filho. Não penses que o ego fará com que sejas capaz de achar um meio de escapar do que ele quer. Essa é a função deste curso, que não valoriza o que o ego estima.

9. O ego só valoriza aquilo que ele toma dos outros. Isso conduz à quarta lei do caos, que, se as outras forem aceitas, não pode deixar de ser verdadeira. Essa lei aparente é a crença segundo a qual tens aquilo que tomaste de outros. Através disso, a perda do outro vem a ser o teu ganho, e assim ela falha em reconhecer que jamais podes tomar coisa alguma de ninguém a não ser de ti mesmo. No entanto, todas as outras leis necessariamente condu­zem a isso. Pois inimigos não dão voluntariamente um ao outro e nem buscariam compartilhar as coisas que valorizam. E o que os teus inimigos querem afastar de ti tem que valer a pena pos­suir já que eles o esconderam da tua vista.

10. Todos os mecanismos da loucura são vistos emergindo aqui: o ‘inimigo’ que se faz forte por manter oculta a herança valiosa que deveria ser tua; a tua posição que é justificada assim como o ataque pelo que foi mantido à parte de ti, e a perda inevitável que o teu inimigo não pode deixar de sofrer para te salvar. Assim os culpados protestam em favor de sua ‘inocência’. Se não tives­sem sido forçados a esse vil ataque pelo comportamento inescru­puloso do inimigo, eles teriam respondido apenas com benigni­dade. Mas em um mundo selvagem, os benignos não podem sobreviver, assim sendo eles não podem deixar de saquear ou serão saqueados.

11. E agora há uma vaga questão não respondida, ainda não ‘ex­plicada’. O que é essa coisa preciosa, essa pérola de valor inestimável, esse tesouro secreto a ser arrancado com justa, ira desse inimigo tão traidor e astuto? Não pode deixar de ser aquilo que queres, mas que nunca achaste. E agora ‘compreendes’ a razão por que não o achaste. Pois isso foi tomado de ti por esse inimigo e escondido aonde não pensarias sequer em olhar. Ele o ocultou no seu próprio corpo, fazendo disso a cobertura para a culpa que ele sente, o esconderijo do que te pertence. Agora, o seu corpo tem que ser destruído e sacrificado para que possas ter aquilo que te pertence. A sua traição exige a sua morte, para que possas viver. E tu só atacas em auto-defesa.

12. Mas o que é isso que queres que exige a sua morte? Como podes estar certo de que o teu ataque assassino é justificado, a não ser que saibas para que ele serve? E aqui, um princípio final do caos vem para ‘resgatar’. Ele mantém que há um substituto para o amor. Essa é a mágica que irá curar toda a tua dor, o fator que faltava em tua loucura e que a faz ‘sã’. Essa é a razão pela qual não podes deixar de atacar. Eis aqui o que faz com que a tua vingança seja justificada. Eis aqui, revelada, a dádiva secreta do ego, arrancada do corpo do teu irmão, ali escondida na malícia e no ódio para ser dada àquele a quem a dádiva de fato pertence. Ele quer privar-te do ingrediente secreto que daria significado à tua vida. O substituto para o amor, nascido da tua inimizade para com o teu irmão, tem que ser a salvação. Não há nenhum substituto para ele e existe apenas um. E todos os teus relacio­namentos não têm senão o propósito de se apoderar dele e fazer com que seja teu.

13. A tua posse nunca se faz completa. E nunca o teu irmão deixa­rá de atacar-te em função do que tu lhe roubaste. Nem Deus porá fim à Sua vingança contra ambos, pois na Sua loucura, Ele não pode deixar de ter esse substituto para o amor e matar a ambos. Tu, que acreditas que caminhas na sanidade, com os pés em terra sólida e através de um mundo no qual é possível achar um significado, considera isso: essas são as leis nas quais a tua ‘sanidade’ parece se basear. Esses são os princípios que fazem com que a terra sob os teus pés pareça sólida. E é aqui que procu­ras um significado. Essas são as leis que fizeste para a tua salva­ção. Elas mantêm no lugar o substituto para o Céu que tu preferes. Esse é o seu propósito, foram.feitas para isso. Não faz sentido questionar o que significam. Isso é evidente. Os meios da loucura têm que ser insanos. Estás igualmente certo de que reconheces que a meta é a loucura?

14. Ninguém quer a loucura e ninguém fica apegado à própria loucura se vê que é isso o que ela é. O que protege a loucura é a crença em que ela seja verdadeira. É a função da insanidade to­mar o lugar da verdade. Ela tem que ser vista como verdade para que se acredite nela. E se ela é a verdade, então necessaria­mente o seu oposto, que antes era a verdade, agora não pode deixar de ser loucura. Tal reversão, completamente ao contrário, onde a loucura é sanidade, as ilusões são verdadeiras, o ataque é benignidade, o ódio é amor e o assassinato é benção, é a meta a que servem as leis do caos. Esses são os meios pelos quais as leis de Deus aparentam estar revertidas. Aqui as leis do pecado pare­cem manter o amor cativo e deixar que o pecado se vá em liber­dade.

15. Essas não parecem ser as metas do caos, pois através da grande reversão, elas aparentam ser as leis da ordem. Como poderia não ser assim? O caos é a ausência de leis e não tem leis. Para que se acredite nele, suas aparentes leis têm que ser percebidas como reais. Sua meta de loucura tem que ser vista como sanidade. E o medo, com lábios cinzentos e olhos que não vêem, cego e terrível ao ser contemplado, é erguido ao trono do amor, seu conquistador moribundo, seu substituto, o salvador da salvação. Como as leis do medo fazem a morte parecer bela. Dá graças ao herói no trono do amor que salvou o Filho de Deus para o medo e para a morte!

16. Entretanto, como é possível que se possa acreditar em seme­lhantes leis? Existe um estranho instrumento que possibilita isso. Ele nem sequer deixa de ser familiar, nós já vimos como ele pare­ce funcionar muitas vezes antes. Na verdade, ele não funciona; entretanto, nos sonhos, onde só as sombras desempenham papéis principais, ele parece muito poderoso. Nenhuma lei do caos po­deria compelir à crença a não ser através da ênfase na forma e da desconsideração do conteúdo. Ninguém que pense que qualquer uma dessas leis é verdadeira vê o que ela diz. Algumas das for­mas que tomam parecem ter significado e isso é tudo.

17. Como é possível que algumas formas de assassinato não signi­fiquem morte? É possível que um ataque, sob qualquer forma, seja amor? Que forma de condenação é uma bênção? Quem pode fazer com que o seu próprio salvador seja impotente e achar a salvação? Não permitas que a forma do ataque a ele te engane. Não podes buscar danificá-lo e ser salvo. Quem pode achar se­gurança contra o ataque voltando-se contra si mesmo? Como pode ter importância a forma que essa loucura tome? É um julga­mento que derrota a si mesmo, condenando o que diz que quer salvar. Não te enganes quando a loucura toma uma forma que pensas ser bela. Aquilo que tenciona a tua destruição não é teu amigo.

18. Afirmarias e pensarias que é verdade que não acreditas nessas leis sem sentido e nem ages de acordo com elas. E quando olhas para o que elas dizem, não se pode acreditar nelas. Irmão, tu acreditas nelas. Pois de que outra maneira poderias perceber a forma que tomam, com um conteúdo como esse? É possível que quaisquer dessas formas se mantenham? No entanto, acreditas nelas pela forma que tomam e não reconheces o conteúdo. Ele nunca muda. Podes pintar lábios cor-de-rosa em um esqueleto, vesti-lo com o que é belo, agradá-lo e mimá-lo e fazê-lo viver? E podes ficar contente com uma ilusão de que estejas vivendo?

19. Não vida fora do Céu. Onde Deus criou a vida, lá ela tem que estar. Em qualquer estado à parte do Céu, a vida é ilusão. Na melhor das hipóteses, parece vida; na pior, parece morte. No en­tanto, os dois são julgamentos sobre o que não é vida, são iguais na sua falta de acuidade e de significado. A vida fora do Céu é impossível e o que não está no Céu não está em lugar nenhum. Fora do Céu, existe apenas o conflito de ilusões sem sentido, impossível e além de toda a razão, mas apesar disso percebido como uma eterna barreira para o Céu. Ilusões não são senão for­mas. Seu conteúdo nunca é verdadeiro.

20. As leis do caos governam todas as ilusões. As suas formas conflitam, fazendo com que pareça bastante possível valorizar algumas acima de outras. Entretanto, cada uma delas se baseia, com tanta certeza quanto as outras, na crença segundo a qual as leis do caos são as leis da ordem. Cada uma sustenta essas leis de forma completa, oferecendo um testemunho certo de que es­sas leis são verdadeiras. As formas aparentemente mais gentis do ataque não são menos certas no seu testemunho ou nos seus resultados. É certo que as ilusões trarão medo devido às crenças que nelas estão implicadas, não devido à sua forma. E a falta de fé no amor, sob qualquer forma, testemunha a realidade do caos.

21. Da crença no pecado necessariamente decorre a fé no caos. Como é uma decorrência parece ser uma conclusão lógica, um passo válido no pensamento ordenado. Os passos para o caos decorrem de forma ordenada do seu ponto de partida. Cada um deles é uma forma diferente na progressão da reversão da verda­de, conduzindo ainda mais ao aprofundamento do terror e ao distanciamento da verdade. Não penses que um passo é menor do que o outro, nem que é mais fácil o retomo de um do que de outro. Toda a descida do Céu está em cada um deles. E onde o teu pensamento começa, lá ele tem que terminar.

22. Irmão, não dês nenhum passo para a descida ao inferno. Pois tendo dado um, não reconhecerás o resto pelo que eles são. E eles seguir-se-ão. O ataque, sob qualquer forma, colocou o teu pé sobre a escadaria tortuosa que conduz para longe do Céu. No entanto, a qualquer instante, é possível que tudo isso seja desfei­to. Como podes saber se escolheste os degraus do Céu ou o ca­minho para o inferno? Bem facilmente. Como te sentes? A paz está na tua consciência? Estás certo da direção em que estás indo? E estás seguro de que a meta do Céu pode ser a1cançada? Se não, caminhas sozinho. Pede, então, ao teu Amigo que se una a ti e que te dê a certeza de onde vais.


III. Salvação sem transigência

1. Não é verdade que não reconheces algumas das formas que o ataque pode tomar? Se é verdade que o ataque, sob qualquer forma, te ferirá e o fará tanto numa forma na qual não o reconhe­ças quanto naquela que reconheces, então, obrigatoriamente de­duz-se que nem sempre reconheces a fonte da dor. O ataque, sob qualquer forma, é igualmente destrutivo. Seu propósito não muda. Sua única intenção é assassinar e que forma de assassina­to serve para encobrir a culpa maciça e o medo frenético da puni­ção que o assassino não pode deixar de sentir? Ele pode negar que seja um assassino e justificar a sua selvageria com sorrisos à medida em que ataca. No entanto, ele irá sofrer e olhará para sua intenção em pesadelos nos quais os sorrisos terão desaparecido e o propósito vem à tona para encontrar a sua consciência horrori­zada e continuar perseguindo-o. Pois ninguém pensa em assas­sinato e escapa da culpa que o pensamento acarreta. Se o intento é a morte, que importância tem a forma que tome?

2. É a morte, sob qualquer forma, por mais bela e caridosa que possa parecer, uma bênção e um sinal de que a Voz Que fala por Deus fala através de ti ao teu irmão? A embalagem não faz a dádiva que dás. Uma caixa vazia, por mais bonita que seja e por mais gentilmente que seja dada, ainda assim nada contém. E nem quem a recebe e nem quem a dá é enganado por muito tempo. Não dês o perdão ao teu irmão e tu o atacas. Não lhe dás nada e não recebes dele senão o que deste.

3. A salvação não é uma transigência de maneira alguma. Fazer transigências é aceitar apenas parte do que queres, levar um pou­co e renunciar ao resto. A salvação não renuncia a nada. Ela é completa para todos. Permite que a idéia da transigência apenas entre em ti e a consciência do propósito da salvação se perde porque não é reconhecida. Ela é negada onde a transigência foi aceita, pois a transigência é a crença em que a salvação é impossí­vel quer afirmar que podes atacar um pouco, amar um pou­co e saber a diferença. Desse modo, ela pretende ensinar que um pouco do que é o mesmo ainda pode ser diferente e, mesmo as­sim, o que é o mesmo permaneceria intacto, como um só. Isso faz sentido? Isso pode ser compreendido?

4. Esse curso é fácil exatamente porque não faz nenhuma transi­gência. Apesar disso parece difícil para aqueles que ainda acredi­tam que é possível fazer transigências. Eles não vêem que, se ela é possível, a salvação é ataque. Entretanto, é certo que a crença em que a salvação é impossível não pode sustentar uma certeza calma e tranqüila de que ela veio. O perdão não pode ser negado apenas um pouco. Nem é possível atacar por isso, amar por aqui­lo e compreender o perdão. Não queres reconhecer todas as for­mas de assalto à tua paz, já que só assim vem a ser impossível para ti perdê-la de vista? Ela pode ser mantida brilhando diante da tua visão, para sempre clara e nunca fora da tua vista, se não a defendes.

5. Aqueles que acreditam que a paz pode ser defendida e que o ataque é justificado em seu favor, não podem perceber que ela está dentro deles. Como poderiam ter esse conhecimento? Poderiam aceitar o perdão lado a lado com a crença em que o assas­sinato toma algumas formas através das quais a sua paz é salva? Estariam dispostos a aceitar o fato de que o seu selvagem propó­sito é dirigido contra eles próprios? Ninguém se alia a inimigos e nem é um com eles em propósito. E ninguém faz transigências a um inimigo, ao contrário, continua odiando-o pelo que ele lhe tirou.

6. Não te equivoques tomando trégua por paz, nem transigência pelo escape do conflito. Ser liberado do conflito significa que ele acabou. A porta está aberta, deixaste o campo de batalha. Não ficaste vagando por lá na esperança tímida de que ela não iria retornar, porque as metralhadoras cessaram fogo por um instante e o medo que assombra o local da morte não está aparente. Não segurança em um campo de batalha. Podes olhar de cima para ele em segurança e não ser tocado. Mas, dentro dele, não podes achar segurança alguma. Nenhuma árvore que ainda se mante­nha de pé te abrigará. Nenhuma ilusão de proteção se mantém contra a fé no assassinato. Aqui o corpo se mantém, dividido entre o desejo natural de se comunicar e a intenção não-natural de assassinar e morrer. Pensas que a forma que o assassinato possa tomar é capaz de oferecer segurança? E possível que a culpa esteja ausente de um campo de batalha?


IV. Acima do campo de batalha

1. Que não permaneças em conflito, pois não guerra sem ataque. O medo de Deus é o medo da vida e não da morte. Entre­tanto, Ele permanece sendo o único lugar de segurança. Nele, não há ataque e nenhuma forma de ilusão anda a espreita no Céu. O Céu é totalmente verdadeiro. Nenhuma diferença entra nele e aquilo que é totalmente o mesmo não pode conflitar. Não te é pedido que lutes contra o teu desejo de assassinar. Mas é pedido a ti que, reconheças que as formas que ele toma escondem a mesma intenção. E é disso que tens medo e não da forma. O que não é amor é assassinato. O que não é amoroso, não pode deixar de ser um ataque. Cada ilusão é um assalto à verdade e cada uma violenta a idéia do amor porque parece ser igualmente verdadeira.

2. O que pode ser igual à verdade e ao mesmo tempo diferente? Assassinato e amor são incompatíveis. No entanto, se ambos são verdadeiros, então, ambos não podem deixar de ser o mesmo e indistinguíveis um do outro. Assim eles serão para aqueles que vêem o Filho de Deus como um corpo. Pois não é o corpo que é como o Criador do Filho. E o que é sem vida não pode ser o Filho da Vida. Como pode um corpo estender-se para conter o universo? É possível ele criar e ser o que ele cria? E pode ele oferecer às suas criações tudo o que ele é e nunca sofrer perda?

3. Deus não compartilha a Sua Junção com um corpo. Ele deu a função de criar a Seu Filho porque ela é a Sua própria. Não é pecado acreditar que a função do Filho é o assassinato, mas é insanidade. O que é o mesmo não pode ter nenhuma função diferente. A criação é o meio para a extensão de Deus e o que é Seu não pode deixar de ser do Seu Filho também. Ou o Pai e o Filho são assassinos, ou nenhum dos dois o é. A vida não faz a morte, criando como a si mesma.

4. A bela luz do teu relacionamento é como o Amor de Deus. Ela não pode ainda assumir a função santa que Deus deu a Seu Filho, pois o teu perdão em relação ao teu irmão ainda não é completo e assim não pode ser estendido à toda a criação. Cada forma de assassinato e de ataque que ainda te atraia e que não reconheças pelo que é, limita a cura e os milagres que tens o poder de esten­der a todos. Entretanto, o Espírito Santo compreende como au­mentar as tuas pequenas dádivas e fazer com que sejam poderosas. Ele compreende também como é que o teu relaciona­mento se ergue acima do campo de batalha não mais dentro dele. Essa é a tua parte: reconhecer que qualquer forma de assas­sinato não é a tua vontade. Não ver o campo de batalha é agora o teu propósito.

5. Que sejas erguido e de um ponto mais alto olha para ele lá embaixo. De lá a tua perspectiva será bastante diferente. Aqui, no meio do campo de batalha, ele de fato parece real. Aqui esco­lheste ser parte dele. Aqui, o assassinato é a tua escolha. Entre­tanto, do alto, a escolha são os milagres em vez do assassinato. E a perspectiva que vem dessa escolha te mostra que a batalha não é real, que é fácil escapar. Os corpos podem batalhar, mas o choque de formas é sem significado. E acaba quando reconheces que nunca teve início. Como pode uma batalha ser percebida como se não fosse nada quando te engajas nela? Como pode a verda­de dos milagres ser reconhecida se o assassinato é a tua escolha?

6. Quando a tentação de atacar surge para fazer com que a tua mente se tome escura e assassina, lembra-te que podes ver a bata­lha do alto. Mesmo em formas que não reconheças, os sinais tu conheces. Há uma punhalada de dor, uma pontada de culpa e acima de tudo, a perda da paz. Isso conheces bem. Quando essas coisas ocorrerem, não deixes o teu posto no alto, mas rapidamente escolhe um milagre ao invés do assassinato. E o próprio Deus e todas as luzes do Céu gentilmente irão inclinar-Se para ti, susten­tando-te no alto. Pois escolheste permanecer onde Ele quer que estejas e nenhuma ilusão pode atacar a paz de Deus junto com Seu Filho.

7. Não vejas ninguém a partir do campo de batalha, pois lá olha­rás para ele a partir do nada. Não tens um ponto-de-referência a partir do qual olhar, de onde possas dar significado ao que vês. Pois somente os corpos poderiam atacar e assassinar e, se esse é o teu propósito, então, não podes deixar de ser um com eles. Só um propósito unifica e aqueles que compartilham um só propósi­to têm a mente una. O corpo não tem propósito em si mesmo e não pode deixar de ser solitário. De baixo, ele não pode ser supe­rado. De cima, os limites que ele impõe aos que ainda se encon­tram na batalha desaparecem e não são percebidos. O corpo está entre o Pai e o Céu que Ele criou para o Seu Filho porque não tem propósito.

8. Pensa no que é dado àqueles que compartilham o propósito de seu Pai e têm conhecimento de que é o seu próprio. Não lhes falta nada. Qualquer espécie de pesar é inconcebível. Só a luz que amam está na sua consciência e só o amor brilha sobre eles para sempre. O amor é o seu passado, seu presente e seu futuro; sempre o mesmo, eternamente completo e totalmente compartilhado. Eles têm o conhecimento de que é impossível que a sua felicidade possa jamais sofrer qualquer tipo de mudança. Talvez penses que o campo de batalha possa te oferecer alguma coisa que possas ganhar. É possível que isso seja algo que te ofereça uma calma perfeita e um senso de amor tão profundo e quieto que nenhum toque de dúvida pode jamais manchar a tua certe­za? E isso durará para sempre?

9. Aqueles que têm a força de Deus em sua consciência nunca poderiam pensar em batalha. O que poderiam eles ganhar senão a perda da sua perfeição? Pois todas as coisas pelas quais se luta no campo de batalha são do corpo, algo que ele parece oferecer ou possuir. Ninguém que tenha o conhecimento de que tudo tem poderia buscar a limitação ou valorizar os oferecimentos do cor­po. A falta de sentido da conquista é bastante evidente a partir da esfera serena acima do campo de batalha. O que pode confli­tar com tudo? E o que há lá que ofereça menos e possa ainda assim ser mais querido? Quem, sustentado pelo Amor de Deus, poderia achar a escolha entre os milagres e o assassinato difícil de fazer?