julho 15, 2010

Capítulo 14 - ENSINANDO A FAVOR DA VERDADE

CAPÍTULO 14 - ENSINANDO A FAVOR DA VERDADE

Introdução

1. Sim, tu és de fato bem-aventurado. Entretanto, nesse mundo, não tens conhecimento disso. Mas, tens os meios para aprender e ver isso com bastante clareza. O Espírito Santo usa a lógica com a mesma facilidade e tão bem quanto o ego, exceto que as Suas conclusões não são insanas. Elas tomam a direção exatamente oposta, apontando com tanta clareza para o Céu quanto o ego aponta para a escuridão e para a morte. Nós temos acompanhado boa parte da lógica do ego e vimos quais são as suas conclusões. E tendo-as visto, reconhecemos que elas não podem ser vistas senão em ilusões, pois só em ilusões sua aparente clareza parece ser claramente visível. Vamos agora nos afastar delas e seguir a lógica simples pela qual o Espírito Santo ensina as simples conclusões que falam pela verdade e só pela verdade.


I. As condições do aprendizado

1. Se tu és bem-aventurado e não tens conhecimento disso, premissas aprender que não pode deixar de ser assim. O conhecimento não é ensinado, mas as suas condições têm que ser adquiridas, pois foram elas que foram postas fora. Podes aprender a abençoar e não podes dar o que não tens. Assim sendo, se ofereces bênção, ela tem que ter vindo primeiro para ti mesmo. Se é preciso também que a tenhas aceito como tua, pois de que outra forma poderias dá-la aos outros? É por isso que os milagres oferecem a ti o testemunho de que tu és abençoado. Se o que ofereces é o perdão completo, tens que ter abandonado a culpa, aceitando a Expiação para ti mesmo e aprendendo que és sem culpa. Como poderias aprender o que foi feito por ti, sem o teu conhecimento, a não ser que faças o que terias que fazer, caso tivesse sido feito por ti?

2. É necessário provar indiretamente a verdade em um mundo feito de negações e sem direção. Perceberás essa necessidade se reconheceres que negar é a decisão de não conhecer. A lógica do mundo tem, portanto, que conduzir ao nada pois a sua meta é o nada. Se tu te decides a não ter, não dar e não ser nada exceto um sonho, tens que dirigir os teus pensamentos para o esquecimento. E se tens, dás e és tudo e tudo isso foi negado, o teu sistema de pensamento está fechado e totalmente separado da verdade. Esse é um mundo insano e não subestimes a extensão da sua insanidade. Não há nenhuma área da tua percepção que ela não tenha tomado e o teu sonho é sagrado para ti. É por isso que Deus colocou o Espírito Santo em ti, onde tu colocaste o sonho.

3. O ato de ver é sempre dirigido para fora. Se os teus pensamentos viessem inteiramente de ti, o sistema de pensamento que fizeste seria para sempre escuro. Os pensamentos que a mente do Filho de Deus projeta ou estende têm todo o poder que ele lhes confere. Os pensamentos que ele compartilha com Deus estão além da sua crença, mas aqueles que ele fez são a sua crença. E são eles e não a verdade, que ele tem escolhido defender e amar. Eles não lhe serão tirados. Mas ele pode desistir desses pensamentos, pois a Fonte para desfazê-los está nele. Não há nada no mundo que lhe ensine que a lógica do mundo é totalmente insana e não conduz a coisa alguma. Entretanto, naquele que fez essa lógica insana há Alguém Que tem o conhecimento de que ela não leva a nada, pois Ele conhece tudo.

4. Qualquer direção que te conduzisse aonde o Espírito Santo não te conduziria, não vai a parte alguma. Qualquer coisa que negues que Ele conheça como verdadeira, tu negaste a ti mesmo e Ele terá, portanto, que te ensinar a não negá-la. O desfazer é indireto, assim momo o fazer. Tu foste criado apenas para criar, não para ver e nem para fazer. Essas não passam de expressões indiretas da vontade de viver, que foi bloqueada pelo desejo caprichoso e profano de morte e assassinato que o teu Pai não compartilha contigo. Tu estabeleceste para ti a tarefa de compartilhar o que não pode ser compartilhado. E enquanto pensares que é possível aprender a fazer isso, absolutamente não acreditarás em tudo o que é possível aprender a fazer.

5. O Espírito Santo, por conseguinte, tem que começar o Seu ensino mostrando-te o que nunca podes aprender. A Sua mensagem não é indireta, mas Ele tem que introduzir a simples verdade em um sistema de pensamento que se tornou tão deformado e tão complexo, que não podes ver que ele nada significa. Ele meramente olha para o seu fundamento e o descarta. Mas tu, que não podes desfazer o que fizeste, nem escapar à marca pesada da estupidez de tudo isso que ainda pesa sobre a tua mente, não és capaz de ver através dele. Ele te engana, porque tu escolheste enganar a ti mesmo. Aqueles que escolhem ser enganados vão meramente atacar as abordagens diretas, porque elas parecem invadir o engano e golpeá-lo.


II. O aprendiz feliz

1. O Espírito Santo precisa de um aprendiz feliz, em quem a Sua missão possa ser realizada com felicidade. Tu, que és firmemente devotado à miséria precisas, em primeiro lugar, reconhecer que és miserável e não és feliz. O Espírito Santo não pode ensinar sem esse contraste, pois acreditas que a miséria é felicidade. Isso te confundiu a tal ponto que empreendeste aprender a fazer o que jamais poderás fazer, acreditando que se não o aprenderes, não serás feliz. Tu não reconheces que o fundamento do qual depende essa meta tão peculiar de aprendizado não significa absolutamente nada. E, apesar disso, ele ainda pode fazer sentido para ti. Tem fé no nada e acharás o "tesouro" que buscas. Entretanto, irás adicionar mais uma carga à tua mente já carregada. Acreditarás que o nada tem valor e valorizá-lo-ás. Um pedacinho de vidro, um montinho de poeira, um corpo ou uma guerra são um só para ti. Pois se valorizas algo feito do nada, acreditas que o nada pode ser precioso e que podes aprender a fazer com que o falso seja verdadeiro.

2. O Espírito Santo, vendo onde estás e tendo o conhecimento de que estás em outro lugar, inicia a Sua lição de simplicidade com o ensinamento fundamental de que a verdade é verdadeira. Essa é a mais difícil das lições que jamais aprenderás e, no final, a única. A simplicidade é muito difícil para mentes deformadas. Considera todas as distorções que fizeste a partir do nada, todas as formas estranhas, os sentimentos, as ações e reações que teceste a partir do nada. Nada é tão alheio a ti como a simples verdade e não há nada que estejas menos inclinado a escutar. O contraste entre o que é verdadeiro e o que não o é, é perfeitamente evidente, mas tu não o vês. O simples e o óbvio não são evidentes para aqueles que querem fazer palácios e vestimentas reais a partir do nada, acreditando que são reis com coroas douradas em função disso.

3. Tudo isso o Espírito Santo vê e ensina, simplesmente, que tudo isso não é verdadeiro. Àqueles aprendizes infelizes que querem ensinar o nada a si mesmos e se iludem acreditando que não é o nada, o Espírito Santo diz com quietude inabalável:

A verdade é verdadeira. Nada mais importa, nada mais é real, e tudo além dela não existe. Permite que Eu faça para ti a única distinção que não és capaz de fazer, mas precisas aprender. A tua fé no nada está te enganando. Oferece a tua fé a Mim e Eu a colocarei gentilmente no lugar santo onde ela deve estar. Lá não acharás nenhum engano, mas só a simples verdade. E tu a amarás porque a compreenderás.

4. Como tu, o Espírito Santo não fez a verdade. Como Deus, Ele tem o conhecimento de que ela é verdadeira. Ele traz a luz da verdade às trevas e permite que ela resplandeça sobre ti. E à medida que ela resplandece os teus irmãos a vêem e, reconhecendo que essa luz não é o que fizeste, eles vêem em ti mais do que tu vês. Eles serão aprendizes felizes dessa lição que a luz lhes traz, porque lhes ensina a liberação do nada e de todas as obras do nada. Eles não vêem que as pesadas correntes que parecem prendê-los ao desespero não são nada, até que tu lhes tragas a luz. E então vêem que as correntes desapareceram e, portanto, indiscutivelmente não eram nada. E verás isso com eles. Porque lhes ensinaste contentamento e liberação, eles virão a ser os teus professores na liberação e no contentamento.

5. Quando ensinas a qualquer pessoa que a verdade é verdadeira, tu aprendes a verdade com ela. E assim aprendes que o que parecia ser o mais difícil é o mais fácil. Aprende a ser um aprendiz feliz. Tu jamais aprenderás como fazer tudo do nada. Mas vê que essa tem sido a tua meta e reconhece o quanto ela é tola. Fica contente por ela ter sido desfeita, pois quando a consideras com simples honestidade, ela é desfeita. Eu disse anteriormente "Não te contentes com o nada", pois acreditaste que o nada poderia contentar-te. Não é assim.

6. Se queres ser um aprendiz feliz, tens que dar tudo o que aprendeste ao Espírito Santo para que seja desaprendido por ti. E então começar a aprender as lições alegres que vêm rapidamente sobre o firme fundamento de que a verdade é verdadeira. Pois o que lá é construído é verdadeiro e construído sobre a verdade. O universo do aprendizado vai se abrir diante de ti em toda a sua benevolente simplicidade. Com a verdade diante de ti, não olharás para trás.

7. O aprendiz feliz preenche as condições do aprendizado aqui, assim como preenche as condições do conhecimento no Reino. Tudo isso está no plano do Espírito Santo para libertar-te do passado e abrir o caminho da liberdade para ti. Pois a verdade é verdadeira. Que outra coisa poderia jamais ter sido ou vir a ser? Essa lição simples contém a chave da porta escura que acreditas que está trancada para sempre. Tu fizeste essa porta a partir do nada e por trás dela está o nada. A chave é apenas a luz que brilha afastando as silhuetas, formas e temores do nada. Aceita essa chave para a liberdade das mãos de Cristo Que quer dá-la a ti, para que possas reunir-te a Ele na tarefa santa de trazer a luz. Pois, como os teus irmãos, não reconheces que a luz já veio e libertou-te do sono da escuridão.

8. Contempla os teus irmãos em liberdade e aprende com eles como ser livre da escuridão. A luz em ti irá despertá-los e eles não te deixarão adormecido. A visão de Cristo é dada no mesmo instante em que é percebida. Onde tudo está claro, tudo é santo. A quietude da sua simplicidade é tão convincente que reconhecerás que é impossível negar a simples verdade. Pois não há nada mais. Deus está em toda parte e o Filho está Nele com todas as coisas. Se possível que ele cante a balada do pesar quando isso é verdadeiro?


III. A decisão a favor da inculpabilidade

1. O aprendiz feliz não pode sentir-se culpado em relação ao aprendizado. Isso é tão essencial ao aprendizado que não deveria ser esquecido nunca. O aprendiz sem culpa aprende com facilidade porque seus pensamentos são livres. No entanto, isso implica o reconhecimento de que a culpa é interferência, não salvação e não serve a absolutamente nenhuma função útil.

2. Talvez estejas acostumado a usar a inculpabilidade apenas como paliativo para a dor da culpa e não a consideras como algo de valor em si mesmo. Acreditas que tanto a culpa quanto a inculpabilidade têm valor, cada uma delas representando uma fuga daquilo que a outra não te oferece. Não queres nenhuma das duas sozinha, pois sem ambas não vês a ti mesmo como alguém íntegro e, portanto, feliz. Entretanto, tu só és íntegro na tua inculpabilidade e só na tua inculpabilidade podes ser feliz. Não há conflito aqui. Desejar a culpa em qualquer forma, de qualquer modo, fará com que a apreciação do valor da tua inculpabilidade seja perdida e a afastará da tua vista.

3. Não há nenhuma transigência que possas fazer com a culpa e ainda assim escapar da dor que só a inculpabilidade alivia. Aprender é viver aqui, assim como criar é estar no Céu. Sempre que a dor da culpa parecer atrair-te, lembra-te que se cederes a ela, estás te decidindo contra a tua felicidade e não aprenderás como ser feliz. Dize, portanto, a ti mesmo, gentilmente, mas com a convição que nasce do Amor de Deus e de Seu Filho:

O que eu experimento eu manifestarei.

Se não tenho culpa, nada tenho a temer.

Escolho testemunhar minha aceitação da Expiação, não sua rejeição.

Aceitarei minha inculpabilidade tornando-a manifesta e compartilhando-a.

Que eu traga ao Filho de Deus a paz de seu Pai.

4. A cada dia, a cada hora, a cada minuto, e até mesmo a cada segundo estás te decidindo entre a crucificação e a ressurreição, entre o ego e o Espírito Santo. O ego é a escolha a favor da culpa, o Espírito Santo, a escolha pela inculpabilidade. Tudo o que é teu é o poder de decisão. Aquilo entre o que decides é fixo, porque não existem alternativas exceto verdade e ilusão. E não há nada que coincida entre elas, pois são opostos que não podem ser conciliados e não podem ser ambos verdadeiros. Tu és culpado ou sem culpa, preso ou livre, feliz ou infeliz.

5. O milagre te ensina que escolheste a inculpabilidade, a liberdade e a alegria. Não é uma causa, mas um efeito. É o resultado natural da escolha certa, atestando a tua felicidade que vem da escolha de estar livre da culpa. Todos aqueles a quem ofereces a cura a devolvem. Todos aqueles a quem atacas, guardam e valorizam esse ataque mantendo-o contra ti. Se fazem isso ou não, não fará nenhuma diferença, tu vais pensar que fazem. É impossível oferecer o que não queres sem essa penalidade. O custo de dar é receber. Ou uma penalidade que te fará sofrer, ou a aquisição feliz de um tesouro a ser valorizado.

6. Nenhuma penalidade é jamais imposta ao Filho de Deus, exceto por ele mesmo e a partir dele mesmo. Toda chance de curar que lhe é dada é uma nova oportunidade de substituir as trevas pela luz e o medo pelo amor. Se ele recusa isso, se prende às trevas, porque não escolheu libertar o seu irmão e com ele entrar na luz. Ao dar poder ao nada, joga fora a feliz oportunidade de aprender que o nada não tem poder. E por não ter dissipado as trevas, passou a ter medo das trevas e da luz. A alegria de aprender que as trevas não têm poder sobre o Filho de Deus é a lição feliz que o Espírito Santo ensina e quer que ensines com Ele. Ensinar isso é a Sua alegria assim como será a tua.

7. A forma de ensinar essa simples lição é simplesmente a seguinte: inculpabilidade é invulnerabilidade. Portanto, faze com que a tua invulnerabilidade se manifeste para todas as pessoas. Ensina ao outro que não importa o que ele tente te fazer, o fato de estares perfeitamente livre da crença na qual é possível seres prejudicado, mostra-lhe que ele é sem culpa. Ele nada pode fazer que possa ferir-te, e por recusar-te a permitir que ele pense que pode, tu lhe ensinas que a Expiação que aceitaste para ti mesmo também é sua. Nada há a perdoar. Ninguém pode ferir o Filho de Deus. A sua culpa é totalmente sem causa e, não tendo causa, não pode existir.

8. Deus é a única Causa e a culpa não é de Deus. Não ensines a ninguém que ele te feriu, pois se o fizeres, estás ensinando a ti mesmo que o que não vem de Deus tem poder sobre ti. O que não tem causa não pode ser. Não o testemunhes e não fomentes a crença nisso em mente alguma. Lembra-te sempre que a mente é uma só e a causa é uma só. Só aprenderás a comunicação com essa unicidade quando tiveres aprendido a negar o que não tem causa e aceitar a Causa de Deus como tua. O poder que Deus deu ao Filho é dele, e nenhuma outra coisa pode o Filho de Deus ver ou escolher contemplar sem impor a si mesmo a penalidade da culpa no lugar de todos os ensinamentos felizes que o Espírito Santo quer lhe oferecer com contentamento.

9. Sempre que escolhes tomar decisões por conta própria estás pensando de maneira destrutiva e a decisão estará errada. Ela irá ferir-te devido ao conceito de decisão que levou a ela. Não é verdade que tu possas tomar decisões por ti mesmo ou para ti mesmo sozinho. Nenhum pensamento do Filho de Deus pode ser separado ou isolado em seus efeitos. Toda decisão é tomada por toda a Filiação, dirigida para dentro e para fora e influencia uma constelação mais ampla do que qualquer coisa que jamais possas ter sonhado.

10. Aqueles que aceitam a Expiação são invulneráveis. Mas aqueles que acreditam que são culpados vão responder à culpa, por que pensam que ela é a salvação e não se recusarão a vê-la e alinhar-se ao lado dela. Eles acreditam que, aumentando a culpa, estão se auto-protegendo. E falharão em compreender o simples fato de que aquilo que não querem não pode deixar de feri-los. Tudo isso surge porque não acreditam que o que querem é bom. No entanto, a vontade lhes foi dada porque é santa e trará a eles tudo aquilo de que necessitam, vindo tão naturalmente quanto a paz que não conhece limites. Não há nada que a sua vontade falhe em prover, que lhes ofereça qualquer coisa de valor. Apesar disso, porque não compreendem a própria vontade, o Espírito Santo em quietude a compreende por eles e lhes dá o que querem sem esforço, tensão ou a carga impossível de decidir sozinhos o que querem e precisam.

11. Nunca acontecerá que tenhas que tomar decisões sozinho. Não estás desprovido de ajuda, tens a Ajuda que conhece a resposta. lrias te contentar com pouco, que é tudo que sozinho podes oferecer a ti mesmo, quando Ele, Que te dá tudo, simplesmente te oferece tudo? Ele nunca perguntará o que é que fizeste para seres digno da dádiva de Deus. Portanto, não perguntes isso a ti mesmo. Ao contrário, aceita a resposta do Espírito Santo, porque Ele tem o conhecimento de que és digno de todas as coisas que são a Vontade de Deus para ti. Não tentes escapar da dádiva de Deus, a qual Ele tão livre e alegremente te oferece. Ele não te oferece senão o que Deus deu a Ele para ti. Não tens necessidade de decidir se és digno ou não dessa dádiva. Deus sabe que és.

12. Irias tu negar a verdade da decisão de Deus e colocar a tua apreciação lamentável de ti mesmo no lugar da Sua avaliação calma e inabalável em relação ao Seu Filho? Nada pode abalar a perfeita convição de Deus da pureza de tudo o que Ele criou, pois é totalmente puro. Não te decidas contra ela, pois sendo Dele, não pode deixar de ser verdadeira. A paz habita em toda a mente que aceita em quietude o plano que Deus traçou para a sua Expiação e abandona o seu próprio. Não conheces a salvação, pois não a compreendes. Não tomes decisões a respeito do que ela é ou de onde está, mas pergunta tudo ao Espírito Santo e deixa todas as decisões ao Seu gentil conselho.

13. Aquele Que conhece o plano de Deus, o plano que Deus quer que sigas, pode te ensinar qual é. Só a Sua sabedoria é capaz de guiar-te para que o sigas. Toda decisão que tomas sozinho só vai significar que queres definir o que é a salvação e do que queres ser salvo. O Espírito Santo sabe que toda salvação é escapar da culpa. Tu não tens nenhum outro "inimigo" e contra essa estranha distorção da pureza do Filho de Deus, o Espírito Santo é o teu único Amigo. Ele é o forte protetor da inocência que te liberta. E é Sua decisão desfazer todas as coisas que iriam obscurecer a tua inocência na tua mente desanuviada.

14. Permite que Ele seja, portanto, o único Guia que queres seguir para a salvação. Ele conhece o caminho e te conduz com contentamento por ele. Com o Espírito Santo não falharás em aprender que o que Deus quer para ti é a tua vontade. Sem a Sua orientação, acharás que sabes sozinho e decidirás contra a tua paz tão certamente quanto decidiste que a salvação está apenas em ti. A salvação é Dele, a Quem Deus a deu para ti. Ele não a esqueceu.

Não O esqueças e Ele tomará todas as decisões por ti, pela tua salvação e pela paz de Deus em ti.

15. Não busques avaliar o valor do Filho de Deus, a quem Ele criou santo, pois fazê-lo é avaliar o teu Pai e julgar contra Ele. E te sentirás culpado por esse crime imaginário, que ninguém nesse mundo ou no Céu poderia cometer. O Espírito Santo ensina apenas que o "pecado" da auto-substituição no trono de Deus não é uma fonte de culpa. O que não pode acontecer não pode ter efeitos a serem temidos. Fica quieto na tua fé Naquele Que te ama e quer te conduzir para fora da insanidade. A loucura pode ser a tua escolha, mas não a tua realidade. Nunca esqueças do Amor de Deus, Que Se lembrou de ti. Pois é, de fato, impossível que Ele pudesse jamais permitir que Seu Filho caísse da Mente amorosa dentro da qual foi criado e onde sua morada foi fixada em perfeita paz para sempre.

16. Apenas dize ao Espírito Santo: "Decide por mim" e assim será feito. Pois as Suas decisões são reflexos do que Deus conhece sobre ti e nesta luz qualquer tipo de erro vem a ser impossível. Por que irias esforçar-te tão freneticamente para antecipar tudo o que não podes conhecer, quando todo o conhecimento está por trás de cada decisão que o Espírito Santo toma por ti? Aprende sobre a Sua sabedoria e o Seu Amor e ensina a Sua resposta a todos aqueles que se debatem no escuro. Pois decides por eles e por ti mesmo.

17. Como é amável decidir todas as coisas através Daquele Cujo amor igual é dado a todos igualmente! Ele não deixa ninguém fora de ti. E assim Ele te dá o que é teu, porque o teu Pai quer que tu o compartilhes com Ele. Em todas as coisas, sê conduzido por Ele e não reconsideres. Confia em que Ele responderá rapidamente, seguramente e com Amor por todos aqueles que forem de qualquer forma tocados pela decisão. E todos o serão. 'Tomarias para ti a responsabilidade total de decidir o que pode trazer só o bem a todas as pessoas? Terias conhecimento disso?

18. Tu ensinaste a ti mesmo o hábito mais desnaturado de não te comunicares com o teu Criador. No entanto, permaneces em estreita comunicação com Ele e com tudo o que está dentro Dele, assim como está dentro de ti. Desaprende o isolamento através da Sua orientação amorosa e aprende sobre toda a comunicação feliz que puseste fora, mas não poderias perder.

19. Sempre que estiveres em dúvida quanto ao que deverias fazer, pensa na Sua Presença em ti e dize a ti mesmo isso e apenas isso:

Ele me guia e conhece o caminho, que eu não conheço.

Entretanto, Ele nunca afastará de mim aquilo que quer que eu aprenda.

E por isso eu confio Nele para comunicar-me tudo o que Ele conhece por mim.

Então, deixa que Ele te ensine em quietude como perceber a tua inculpabilidade que já está presente.


IV. A tua função na Expiação

1. Quando aceitares a inculpabilidade de um irmão, nele verás a Expiação. Pois ao proclamá-la nele, fazes com que seja tua e verás o que buscaste. Não verás o símbolo da inculpabilidade do teu irmão brilhando dentro dele, enquanto ainda acreditares que não está lá. A sua inculpabilidade é a tua Expiação. Dá isso a ele e verás a verdade do que reconheceste. No entanto, a verdade é oferecida para ser primeiro recebido, assim como Deus a deu primeiro ao Seu Filho. O primeiro no tempo nada significa, mas o Primeiro na eternidade é Deus, o Pai, Que é ao mesmo tempo Primeiro e único. Além do Primeiro não há nenhum outro, pois não há ordem, nem segundo, nem terceiro e nada a não ser o Primeiro.

2. Tu, que pertences à Primeira Causa, criado por Ele como Ele Mesmo e parte Dele, és mais do que apenas sem culpa. O estado de inculpabilidade é apenas a condição na qual o que não está presente foi removido da mente desordenada que pensava que estivesse. Esse estado, e somente esse, tu tens que atingir com Deus ao teu lado. Pois até que o faças ainda pensarás que estás separado Dele. Talvez possas sentir a Sua Presença ao teu lado, mas não podes ter o conhecimento de ser um com Ele. Isso não pode ser ensinado. O aprendizado aplica-se apenas à condição em que isso acontece por si mesmo.

3. Quando tiveres deixado que tudo que obscurece a verdade em tua mente santíssima seja desfeito para ti e, portanto, estiveres em graça diante do teu Pai, Ele dar-Se-á a ti como sempre fez. Dar-Se é tudo o que Ele conhece e assim é todo o conhecimento. 3Pois o que Ele não conhece não pode ser e, portanto, não pode ser dado. Não peças para ser perdoado, pois isso já foi realizado. Pede, ao contrário, para aprenderes como perdoar e a restaurar o que sempre existiu em tua mente sem perdão. A Expiação vem a ser real e visível para aqueles que a usam. Na terra essa é a tua única função e tens que aprender que isso é tudo o que queres aprender. Vais te sentir culpado até que aprendas isso. Pois em última instância, seja qual for a forma que tome, a tua culpa surge do teu fracasso em cumprir a tua função na Mente de Deus com toda a tua mente. É possível escapares dessa culpa falhando em cumprir a tua função aqui?

4. Não precisas compreender a criação para fazeres o que tem que ser feito antes que esse conhecimento seja significativo para ti. Deus não rompe barreiras e nem as construiu. Quando tu as libera, elas se vão. Deus não falhará, nem nunca falhou em coisa alguma. Decide que Deus está certo e tu estás errado a teu próprio respeito. Ele te criou a partir de Si Mesmo, mas ainda dentro de Si. Ele conhece o que tu és. Lembra-te que não há segundo para Ele. Não pode haver, portanto, ninguém que não tenha a Sua Santidade, nem ninguém que não seja digno do Seu Amor perfeito. Não falhes em tua função de amar em um lugar sem amor, feito de trevas e engano, pois é assim que as trevas e o engano são desfeitos. Não falhes para contigo mesmo, mas em vez disso, oferece a Deus e a ti mesmo o Seu Filho irrepreensível. Por essa pequena dádiva de apreciação pelo Seu Amor, o próprio Deus trocará a tua dádiva pela Sua.

5. Antes que tomes quaisquer decisões por conta própria, lembra-te que te decidiste contra a tua função no Céu e, então, considera com cuidado se queres tomar decisões aqui. A tua função aqui é somente decidir-te contra decidir o que queres em reconhecimento de que tu não sabes. Como, então, podes decidir o que deverias fazer? Deixa todas as decisões para Aquele Que fala por Deus e pela tua função conforme Ele a conhece. Assim Ele irá ensinar-te a remover a horrível carga que colocaste sobre ti mesmo por não amar o Filho de Deus e por tentar ensinar-lhe culpa em vez de amor. Desiste dessa tentativa frenética e insana que te rouba a alegria de viver com o teu Deus e Pai, e de despertar com contentamento para o Seu Amor e Santidade que se unem como a verdade em ti, fazendo com que sejas um com Ele.

6. Quando tiveres aprendido como decidir com Deus, todas as decisões vêm a ser tão fáceis e tão certas como o respirar. Não há esforço e serás conduzido tão gentilmente como se estivesses sendo carregado por um calmo atalho no verão. Só a tua própria volição parece fazer com que a decisão seja difícil. O Espírito Santo não demorará a responder a toda e qualquer pergunta que tiveres a respeito do que fazer. Ele sabe. E Ele vai te dizer e depois vai fazer por ti. Tu, que estás cansado, acharás que isso é mais repousante do que o sono. Pois podes levar contigo a tua culpa quando dormes, mas não podes trazê-la a isso.

7. A não ser que sejas sem culpa, não podes conhecera Deus Cuja Vontade é que tu O conheças. Por conseguinte, tens que ser sem culpa. Entretanto, se não aceitas as condições necessárias para conhecê-Lo, tu O terás negado e não O terás reconhecido embora Ele esteja em tudo à tua volta. Ele não pode ser conhecido sem Seu Filho, cuja inculpabilidade é a condição para conhecê-Lo. Aceitar o Seu Filho como culpado é uma negação tão completa do Pai, que o conhecimento é varrido do reconhecimento na própria mente na qual o próprio Deus o colocou. Se quisesses apenas escutar e aprender o quanto isso é impossível! Não Lhe concedas atributos que tu compreendes. Tu não O fizeste e qualquer coisa que compreendas não faz parte Dele.

8. A tua tarefa não é fazer a realidade. Ela está aqui sem a tua participação em fazê-la, mas não sem ti. Tu, que tens tentado jogar fora a ti mesmo e que valorizaste tão pouco a Deus, ouve-me falar por Ele e por ti. Não podes compreender o quanto o teu Pai te ama, pois não há nenhum paralelo na tua experiência do mundo que te ajude a compreender isso. Não há nada na terra que possas comparar a isso e nada do que jamais sentiste, à parte Dele, se parece com isso nem de leve. Não podes sequer dar uma bênção em perfeita gentileza. Poderias conhecer Aquele Que dá para sempre e Que nada conhece exceto o dar?

9. As crianças do Céu vivem na luz da bênção de seu Pa porque têm o conhecimento de que são sem pecado. A Expiação foi estabelecida como um meio de restaurar a inculpabilidade nas mentes que a têm negado e assim negaram o Céu a si próprias. A Expiação ensina-te a verdadeira condição do Filho de Deus. Ele não te ensina o que tu és, nem o que é o teu Pai. O Espírito Santo, Que Se lembra disso por ti, meramente te ensina como remover os bloqueios que se encontram entre tu e o que tu conheces. A Sua memória é a tua. Se te lembras do que tens feito, não estás te lembrando de nada. A lembrança da realidade está Nele e, portanto, está em ti.

10. Os que não têm culpa e os culpados são totalmente incapazes de se compreenderem mutuamente. Cada um percebe o outro como a si próprio, fazendo com que ambos sejam incapazes de se comunicar, porque cada um vê o outro de um modo diferente do que vê a si mesmo. Deus só pode comunicar-Se com o Espírito Santo na tua mente, porque só Ele compartilha o conhecimento do que tu és com Deus. E só o Espírito Santo pode responder a Deus por ti, pois somente Ele conhece o que Deus é. Tudo o mais que colocaste dentro da tua mente não pode existir, pois o que não está em comunicação com a Mente de Deus nunca foi. Comunicação com Deus é vida. Nada que esteja fora dela existe de forma alguma.


V. O círculo da Expiação

1. A única parte da tua mente que tem realidade é a parte que ainda te liga a Deus. Não gostarias de ter toda a tua mente transformada em uma mensagem radiante do Amor de Deus para compartilhar com todos os solitários que O têm negado? Deus faz com que isso seja possível. Negarias o Seu anseio de ser conhecido? Tu anseias por Ele, como Ele por ti. Isso é imutável para sempre. Aceita, então, o imutável. Deixa o mundo da morte para trás e retorna serenamente para o Céu. Não existe nada de valor aqui e tudo que tem valor está lá. Escuta o Espírito Santo e a Deus, através Dele.Ele fala de ti para ti. Não há culpa em ti, pois Deus é abençoado em Seu Filho assim como o Filho é abençoado Nele.

2. Todos têm um papel especial a desempenhar na Expiação, mas a mensagem dada a cada um é sempre a mesma: o Filho de Deus não tem culpa. Cada um ensina a mensagem de forma diferente e

a aprende de forma diferente. No entanto, até que a ensine e a aprenda, sofrerá a dor de uma consciência meio vaga de que a sua verdadeira função permanece nele sem ser cumprida. A carga da culpa é pesada, mas Deus não te quer preso a ela. O Seu plano para o teu despertar é tão perfeito quanto o teu é falho. Tu não sabes o que fazes, mas Aquele Que sabe está contigo. A Sua gentileza é tua e todo amor que compartilhas com Deus Ele guarda em confiança para ti. Ele não quer te ensinar nada a não ser como ser feliz.

3. Filho abençoado de um Pai pleno de bênçãos, a alegria foi criada para ti. Quem pode condenar aquele a quem Deus abençoou? Não existe nada na Mente de Deus que não compartilhe a Sua brilhante inocência. A criação é a extensão natural da pureza perfeita. Tu aqui só és chamado para te dedicares, com ativa disponibilidade, à negação da culpa em todas as suas formas. Acusar é não compreender. Os aprendizes felizes da Expiação vêm a ser os professores da inocência que é o direito de tudo o que Deus criou. Não negues a eles o que lhes é devido, pois não vais recusar apenas a eles.

4. A herança do Reino é o direito do Filho de Deus, dado a ele em sua criação. Não tentes roubá-la ou estarás pedindo a culpa e irás experimentá-la. Protege a sua pureza de todo pensamento que queira roubá-la e mantê-la longe da sua vista. Traze a inocência à luz, em resposta ao chamado da Expiação. Que nunca deixes a pureza ficar escondida, mas deixa a tua luz brilhar afastando os véus pesados da culpa dentro dos quais o Filho de Deus se escondeu da sua própria vista.

5. Estamos todos unidos na Expiação aqui e nenhuma outra coisa pode nos unir nesse mundo. Assim o mundo da separação desaparecerá e a comunicação plena será restaurada entre o Pai e o Filho. O milagre reconhece a inculpabilidade que tem que ter sido negada para produzir a necessidade da cura. Não recuses esse feliz reconhecimento, pois a esperança da felicidade e a liberação de todo tipo de sofrimento estão nele. Quem não quer senão ficar livre da dor? Ele pode não ter ainda aprendido como trocar a culpa pela inocência, nem ter reconhecido que só nesta troca a libertação da dor pode vir a ser sua. Entretanto, aqueles que falharam em aprender necessitam de ensino, não de ataque. Atacar aqueles que têm necessidade de ensinamento é falhar em aprender com eles.

6. Professores da inocência, cada um a seu modo, uniram-se assumindo a sua parte no currículo unificado da Expiação. Não há nenhuma unidade de metas no aprendizado à parte disso. Não há conflito nesse currículo, que tem apenas um objetivo, seja qual for a forma como é ensinado. Cada esforço feito a seu favor é oferecido com o propósito único de liberar da culpa para a glória eterna de Deus e de Sua criação. E cada ensinamento que aponta para isso aponta diretamente para o Céu e para a paz de Deus. Não há nenhuma dor, nenhum julgamento, nenhum medo que esse ensinamento possa falhar em superar. O poder do próprio Deus apóia esse ensinamento e garante os seus resultados sem limites.

7. Une os teus próprios esforços ao poder que não pode falhar e tem que resultar na paz. Ninguém deixa de ser tocado por um ensinamento como esse. Tu não verás a ti mesmo além do poder de Deus se ensinares apenas isso. Não estarás isento dos efeitos dessa lição santíssima, que só busca restaurar o que é o direito da criação de Deus. Tu inevitavelmente aprenderás a tua inocência de cada um a quem concederes a liberação da culpa. O círculo da Expiação não tem fim. E acharás uma confiança cada vez mais abrangente na tua segura inclusão no círculo com cada um que trouxeres para dentro da sua segurança e da sua paz perfeita.

8. Que a paz, então, esteja com todos os que vêm a ser professores da paz. Pois a paz é o reconhecimento da pureza perfeita, da qual ninguém está excluído. Dentro do seu círculo santo estão todos aqueles que Deus criou como Seu Filho. A alegria é o seu atributo unificador e ninguém é deixado de lado para sofrer pela culpa sozinho. O poder de Deus atrai todas as pessoas ao seu abraço seguro de amor e união. Que estejas em quietude dentro deste círculo e atraias todas as mentes torturadas para que se unam a ti na segurança da sua paz e da sua santidade. Fica comigo dentro dele, como um professor da Expiação, não da culpa.

9. Bem-aventurados sejais, vós que ensinais comigo. Nosso poder não vem de nós, mas de nosso Pai. Na inculpabilidade nós O conhecemos, como Ele nos conhece sem culpa. Eu estou dentro do círculo, chamando-te para a paz. Ensina a paz comigo e pisa, como eu, em terra santa. Lembra-te por todas as pessoas do poder do teu Pai, que Ele lhes deu. Não acredites que não podes ensinar a Sua paz perfeita. Não fiques fora, mas une-te a mim do lado de dentro. Não falhes no único propósito para o qual o meu ensinamento te chama. Devolve a Deus o Seu Filho assim como Ele o criou ensinando-lhe a sua inocência.

10. A crucificação não tomou parte na Expiação. Só a ressurreição veio a ser a minha parte nele. Esse é o símbolo da liberação da culpa pela inculpabilidade. Aquele que percebes como culpado, queres crucificar. No entanto, restauras a inculpabilidade a todo aquele a quem vês sem culpa. A crucificação é sempre o objetivo do ego. Ele vê a todos como culpados e através da sua condenação quer matar. O Espírito Santo só vê a inculpabilidade e em Sua gentileza, Ele quer liberar do medo e restabelecer o reinado do amor. O poder do amor está em Sua gentileza que é de Deus e, portanto, não pode crucificar nem sofrer crucificação. O templo que tu restauras vem a ser o teu altar, pois foi reconstruído através de ti. E tudo o que dás a Deus é teu. Assim Ele cria e assim tu tens que restaurar.

11. Cada um que vês, colocas dentro do círculo santo da Expiação ou deixas de fora, julgando-o merecedor da crucificação ou da redenção. Se o trouxeres para dentro do círculo da pureza, lá descansarás com ele. Se o deixares de fora, é lá que te unirás a ele. Não julgues a não ser na quietude que não vem de ti. Recusa-te a aceitar qualquer um como se ele não tivesse a bênção da Expiação e trate-o a ela abençoando-o. A santidade tem que ser compartilhada, pois dentro dela está tudo o que a faz santa. Vem com contentamento para o círculo santo e olha para fora em paz, para todos aqueles que pensam que estão de fora. Não elimines ninguém, pois aqui está o que cada um busca junto contigo. Vem, vamos nos unir a ele no lugar santo da paz que é onde todos nós devemos estar, unidos como um só na Causa da paz.


VI. A luz da comunicação

1. A jornada que empreendemos juntos é a troca da escuridão pela luz, da ignorância pela compreensão. Nada que compreendas é temível. Só na escuridão e na ignorância é que percebes o que é assustador e te refugias indo mais fundo na escuridão. E, no entanto, só o que está escondido pode aterrorizar, não pelo que é, mas por estar escondido. O obscuro é assustador porque tu não compreendes o seu significado. Se compreendesses, ele ficaria claro e já não estarias no escuro. Nada pode ter um valor oculto, pois o que está escondido não pode ser compartilhado e, portanto, o seu valor é desconhecido. Aquilo que está escondido e mantido à parte, mas o valor está sempre na apreciação conjunta. O que está oculto não pode ser amado e, portanto, tem que ser temido.

2. A luz serena na qual o Espírito Santo habita dentro de ti é simplesmente a perfeita abertura, na qual nada está escondido e assim nada é amedrontados. O ataque sempre cederá ao amor se é trazido a ele e não escondido do amor. Não existe escuridão que a luz do amor não dissipe, a não ser que seja escondida da beneficência do amor. O que é mantido à parte do amor não pode compartilhar o seu poder de cura, porque tem estado separado e mantido nas trevas. As sentinelas das trevas o vigiam cuidadosamente e tu, que fizeste esses guardiões de ilusões a partir do nada, agora tens medo deles.

3. Queres continuar a dar poder imaginário a essas estranhas idéias de segurança? Elas não são seguras nem inseguras. Não protegem nem atacam. Elas nada fazem, não sendo absolutamente nada. Como guardiões das trevas e da ignorância, só olhes para eles em busca do medo, pois o que mantêm obscuro é amedrontados. Mas deixa-os ir e o que era amedrontados não mais o será. Sem a proteção da obscuridade, só a luz do amor permanece pois só isso tem significado e pode viver na luz. Tudo o mais tem que desaparecer.

4. A morte rende-se à vida simplesmente porque a destruição não é verdadeira. A luz da inculpabilidade brilha dissipando a culpa, porque quando as duas são reunidas, a verdade de uma não pode deixar de fazer com que a falsidade da outra seja perfeitamente clara. Não mantenhas separadas a culpa e a inculpabilidade, pois a tua crença em que podes ter ambas não tem significado. Tudo o que fizeste mantendo-as à parte foi fazer com que perdessem seu significado, confundindo uma com a outra. E assim não reconheces que apenas uma delas significa alguma coisa. A outra é totalmente sem sentido.

5. Tu tens considerado a separação como um meio de romper a tua comunicação com o teu Pai. O Espírito Santo a re-interpreta como um meio de restabelecer o que não foi rompido, mas foi obscurecido. Todas as coisas que fizeste têm utilidade para Ele, para o Seu propósito santíssimo. Ele tem o conhecimento de que não estás separado de Deus, mas percebe muitas coisas em tua mente que permitem que penses que estás. Tudo isso e nenhuma outra coisa é o que Ele quer separar de ti. Ele quer te ensinar como usar a teu favor o poder de decisão, que tu fizeste em substituição ao poder de criação. O que o fizeste para crucificar a ti mesmo, tens que aprender com Ele como aplicá-lo à causa santa da restauração.

6. Tu, que falas através de símbolos obscuros e tortuosos, não compreendes a linguagem que fizeste. Ela não tem significado, pois o seu propósito não é a comunicação, mas sim, o rompimento da comunicação. Se o propósito da linguagem é a comunicação, como pode essa língua significar alguma coisa? Entretanto, mesmo esse estranho e distorcido esforço de comunicar através de não comunicar, contém suficiente amor para fazer com que ele seja significativo, se o seu Intérprete não é o seu autor. Tu, que o fizeste, não estás expressando senão conflito, do qual o Espírito Santo quer liberar-te. Entrega a Ele o que queres comunicar. Ele interpretará isso para ti com perfeita clareza, pois Ele conhece com Quem estás em perfeita comunicação.

7. Tu não sabes o que dizes e assim não sabes o que te é dito. No entanto, o teu Intérprete percebe o significado na tua linguagem estrangeira. Ele não tentará comunicar o que não tem significado. Mas Ele irá separar tudo o que tem significado, deixando o resto de lado e oferecendo a tua verdadeira comunicação àqueles que querem comunicar-se contigo de forma tão verdadeira quanto tu queres. Falas duas línguas ao mesmo tempo e isso não pode deixar de levar à ininteligibilidade. Entretanto, se uma delas não significa nada e a outra tudo, só essa última é possível para os propósitos da comunicação. A outra só interfere com ela.

8. A função do Espírito Santo é inteiramente comunicação. Ele, portanto, tem que remover qualquer coisa que interfira com a comunicação de modo a restaurá-la. Por conseguinte, não mantenhas nenhuma fonte de interferência longe da Sua vista, pois Ele não atacará as tuas sentinelas. Apenas traze-as a Ele e deixa que a Sua gentileza te ensine que, trazidas à luz, elas não são amedrontadoras e não podem servir para guardar as portas escuras por trás das quais absolutamente nada é cuidadosamente escondido. Nós temos que abrir todas as portas e deixar que a luz entre como um rio. Não existem câmaras ocultas no templo de Deus. Suas portas estão escancaradas para saudar a Seu Filho. Ninguém pode deixar de vir aonde Deus o chamou, se ele próprio não fechar a porta às boas-vindas de seu Pai.


VII. Compartilhando a percepção com o Espírito Santo

1. O que tu queres? A luz ou as trevas? O conhecimento ou a ignorância? O que quiseres é teu, mas não ambos. Os opostos têm que ser reunidos, não mantidos à parte. Pois a sua separação só existe em tua mente e eles são reconciliados pela união, assim como tu. Na união, tudo o que não é real tem que desaparecer, pois a verdade é união. Assim como as trevas desaparecem na luz, também a ignorância se apaga quando desponta o conhecimento. A percepção é o meio pelo qual a ignorância é trazida ao conhecimento. No entanto, é preciso que não haja engano na percepção, pois de outra forma ela vem a ser o mensageiro da ignorância ao invés de ser uma ajuda na procura da verdade.

2. A procura da verdade não é senão procurar honestamente tudo o que interfere com a verdade. A verdade é. Não pode ser perdida, nem buscada, nem achada. Ela está presente, onde quer que estejas, estando dentro de ti. Entretanto, ela pode ser ou não reconhecida, pode ser falsa ou real para ti. Se a escondes, ela vem a ser irreal para ti, porque tu a escondeste e a cercaste de medo. Sob cada pedra angular de medo sobre a qual montaste o teu sistema de crenças insano, a verdade está escondida. Porém, não podes ter conhecimento disso, pois ao esconderes a verdade no medo, não vês razão para acreditar que, quanto mais olhares para o medo, menos o verás e mais claro se tomará o que ele oculta.

3. É impossível convencer aqueles que não conhecem de que conhecem. Do seu ponto de vista, isso não é verdade. Mas é verdade, porque Deus tem conhecimento disso. Estes são pontos de vista claramente opostos em relação ao que são “aqueles que não conhecem.” Para Deus, é impossível não conhecer. Portanto, não se trata absolutamente de um ponto de vista, mas apenas de uma crença em algo que não existe. Os que não conhecem têm apenas essa crença e devido a ela estão errados a respeito de si mesmos. Definiram a si próprios como não foram criados. A sua criação não foi um ponto de vista, mas uma certeza. A incerteza trazida à certeza não retém nenhuma convição de realidade.

4. Nossa ênfase tem sido colocada em trazer o que é indesejável para o desejável, o que tu não queres para o que queres. Vais reconhecer que a salvação terá que vir a ti deste modo, se considerares o que é a dissociação. Dissociação é um processo distorcido de pensamento pelo qual dois sistemas de crenças que não podem coexistir são mantidos. Se são reunidos, a aceitação dos dois conjuntamente é impossível. Mas se um deles é mantido longe do outro nas trevas, a sua separação parece manter ambos vivos e iguais em sua realidade. A sua união vem a ser, assim, a fonte do medo, pois se eles se encontram, é preciso retirar a aceitação de um dos dois. Não podes ter ambos, pois um nega o outro. Mantidos à parte esse fato não é visto, pois pode-se dotar cada um com uma crença sólida se estão em locais separados. Reúna-os e o fato da sua completa incompatibilidade fica instantaneamente evidente. Um deles irá embora porque o outro está sendo visto no mesmo lugar.

5. A luz não pode entrar nas trevas quando a mente acredita nas trevas e não deixa que ela se vá. A verdade não luta contra a ignorância e o amor não ataca o medo. Aquilo que não necessita de proteção, não se defende. A defesa foi feita por ti. Deus não a conhece. O Espírito Santo usa defesas em favor da verdade só porque tu as fizeste contra a verdade. A Sua percepção acerca das defesas, de acordo com o Seu propósito, meramente muda-as fazendo com que sejam um chamado por aquilo que atacaste por meio delas. Defesas, como tudo o que fizeste, têm que ser gentilmente voltadas para o teu próprio bem, traduzidas pelo Espírito Santo de meios de auto-destruição em meios de preservação e liberação. A Sua tarefa é muito grande, mas o poder de Deus está com Ele. Portanto, para Ele, ela é tão fácil que foi realizada no instante em que Lhe foi dada a teu favor. Não te demores no teu retorno à paz imaginando como pode Ele cumprir o que Deus Lhe deu para fazer. Deixa isso para Ele Que conhece. Não te é pedido que executes tarefas poderosas por ti mesmo. A ti, pede-se apenas que faças o pouco que o Espírito Santo te sugere fazer, confiando Nele apenas o suficiente para acreditar que se Ele te pede, tu és capaz de fazer. Verás com que facilidade tudo o que Ele pede pode ser realizado.

6. O Espírito Santo não te pede mais do que isso: traze a Ele todos os segredos que trancaste longe Dele. Abre todas as portas para Ele e pede-Lhe que entre nas trevas e as ilumine, dissipando-as. A teu convite, Ele entra com contentamento. Ele traz a luz à escuridão, se fizeres com que a escuridão esteja aberta para Ele. Mas aquilo que escondes, Ele não pode olhar. Ele vê por ti e a não ser que olhes com Ele, Ele não pode ver. A visão de Cristo não é para Ele sozinho, mas para Ele junto contigo. Traze, portanto, todos os teus pensamentos escuros e secretos a Ele e olhaos junto com Ele. Ele mantém a luz e tu a escuridão. Elas não podem coexistir quando Ambos olham para elas juntos. O Seu julgamento tem que prevalecer e Ele o dará a ti, na medida em que unires a tua percepção à Dele.

7. Unir-te a Ele para ver é o modo como aprendes a compartilhar com Ele a interpretação da percepção que conduz ao conhecimento. Não podes ver sozinho. Compartilhar a percepção com Ele, Que te foi dado por Deus, irá ensinar-te como reconhecer o que vês. É o reconhecimento de que nada do que vês significa coisa alguma por si só. Ver com Ele vai te mostrar que todo significado, inclusive o teu, não vem da visão dupla, mas da fusão gentil de todas as coisas em um significado, uma emoção e um propósito. Deus tem um Propósito que Ele compartilha contigo. A visão única, que o Espírito Santo te oferece, irá trazer essa unicidade à tua mente com clareza e brilho tão intensos, que não poderias desejar, mesmo em troca do mundo inteiro, não aceitar o que Deus quer que tenhas. Contempla a tua vontade aceitando que é a Sua, e que todo o Seu Amor é o teu. Toda honra seja dada a ti através Dele e através Dele a Deus.


VIII. O local santo do encontro

1. Na escuridão, obscureceste a glória que Deus te deu e o poder que Ele concedeu ao Seu Filho sem culpa. Tudo isso está escondido em cada lugar escuro, envolto em culpa e na escura negação da inocência. Por trás das escuras portas que fechaste não há nada, porque nada pode obscurecer a dádiva de Deus. E o fechar das portas que interfere com o reconhecimento do poder de Deus que brilha em ti. Não faças com que o poder seja banido da tua mente, mas deixa que todas as coisas capazes de esconder a tua glória sejam trazidas ao julgamento do Espírito Santo e lá sejam desfeitas. Aquele que Ele quer salvar para a glória está salvo para ela. Ele prometeu ao Pai que através Dele tu serias liberado da pequenez para a glória. Ele é totalmente fiel ao que prometeu a Deus, pois Ele compartilha com Deus a promessa que Lhe foi feita para compartilhar contigo.

2. Ele ainda a compartilha, para ti. Tudo o que promete coisas diferentes, grandes ou pequenas, muito ou pouco valorizadas, Ele substituirá com a única promessa que Lhe foi dada para ser colocada sobre o altar ao teu Pai e ao Seu Filho. Nenhum altar a Deus se mantém sem o Seu Filho. E nada que seja trazido para esse altar, que não seja igualmente digno de Ambos, deixará de ser substituído por dádivas totalmente aceitáveis para o Pai e para o Filho. Podes oferecer culpa a Deus? Não podes, então, oferecê-la ao Seu Filho. Pois Eles não estão à parte e as dádivas a um são oferecidas ao outro. Tu não conheces a Deus porque não tens conhecimento disso. E no entanto, de fato, conheces a Deus e isso também. Tudo isso está a salvo dentro de ti, onde o Espírito Santo brilha. Ele não brilha onde há divisão, mas no local do encontro onde Deus, unido ao Seu Filho, fala ao Seu Filho através Dele. A comunicação entre o que não pode ser dividido não pode cessar. O local do encontro santo do Pai e do Filho, que são inseparáveis, está no Espírito Santo e em ti. Toda interferência na comunicação com o Filho que é a Vontade do próprio Deus éimpossível aqui. Amor sem interrupção e sem falha flui constantemente entre o Pai e o Filho assim como Ambos querem que seja. E assim é.

3. Não permitas que a tua mente vague por corredores escuros, afastados do centro da luz. Tu e o teu irmão podeis escolher conduzir-vos de forma a vos perderdes, mas só o Guia indicado para vós pode trazer-vos à união. Ele com certeza te conduzirá aonde Deus e Seu Filho esperam pelo teu reconhecimento. Eles estão unidos para dar-te a dádiva da unicidade, diante da qual toda separação some. Une-te ao que és. Não podes unir-te com nada exceto a realidade. A glória de Deus e a de Seu Filho te pertencem na verdade. Não há nada que se oponha a elas e não podes conceder a ti mesmo nenhuma outra coisa.

4. Não há substituto para a verdade. E a verdade fará com que isso fique claro para ti à medida em que fores trazido ao lugar aonde tens que te encontrar com a verdade. E para lá terás que ser conduzido através de uma gentil compreensão que não pode levar-te a nenhum outro lugar. Onde Deus está, lá tu estás. Tal é a verdade. Nada pode mudar o conhecimento, dado a ti por Deus, em desconhecimento. Tudo o que Deus criou conhece o próprio Criador. Pois é assim que a criação é realizada pelo Criador e por Suas criações. No local santo do encontro estão unidos o Pai e as Suas criações e as criações do Seu Filho com Eles. Há um elo que os une a todos, mantendo-os na unicidade a partir da qual a criação acontece.

5. O elo através do qual o Pai Se une àqueles a quem Ele dá o poder de criar não pode nunca ser rompido. O próprio Céu é união com toda a criação e com o seu único Criador. E o Céu permanece sendo a Vontade de Deus para ti. Não deposites outras dádivas senão essa sobre os teus altares, pois nada pode coexistir com ela. Aqui as tuas pequenas oferendas são reunidas à dádiva de Deus e somente o que é digno do Pai será aceito pelo Filho, a quem se destina. Àqueles a quem Deus Se dá, Ele é dado. As tuas pequenas dádivas desaparecerão no altar onde Ele depositou a Sua própria.


IX. O reflexo da santidade

1. A Expiação não te torna santo. Tu foste criado santo. Ela simplesmente traz a não-santidade à santidade; ou seja, o que fizeste ao que és. Trazer a ilusão à verdade ou o ego à Deus é a única função do Espírito Santo. Não mantenhas o que fizeste longe do teu Pai, pois esconder isso tem te custado o conhecimento Dele e de ti mesmo. O conhecimento é seguro, mas onde está a tua segurança à parte dele? A feitura do tempo para tomar o lugar da intemporalidade está na decisão de ser como não és. Assim, a verdade tornou-se passado e o presente foi dedicado à ilusão. E o passado também foi mudado e interposto entre o que sempre foi e o agora. O passado que lembras nunca existiu e representa apenas a negação do que sempre existiu.

2. Trazer o ego a Deus não é senão trazer o erro à verdade, onde ele aparece corrigido, pois é o oposto do que encontra. É desfeito porque a contradição não pode mais se manter. Por quanto tempo pode a contradição se manter quando a sua natureza impossível é claramente revelada? O que desaparece na luz não é atacado. Meramente desaparece porque não é verdadeiro. Realidades diferentes não têm significado, pois a realidade tem que ser uma só. Ela não pode mudar com o tempo, o humor ou o acaso. A sua imutabilidade é o que faz com que ela seja real. Isso não pode ser desfeito. O desfazer é para a irrealidade. E isso a realidade fará para ti.

3. Meramente por seres o que és, a verdade te libera de tudo o que não és. A Expiação é tão gentil que só precisas sussurrar e todo o seu poder correrá para auxiliar-te e apoiar-te. Tu não és frágil com Deus ao teu lado. Entretanto, sem Ele, não és nada. A Expiação oferece Deus a ti. A dádiva que recusaste é mantida por Ele em ti. O Espírito Santo a mantém lá para ti. Deus não deixou o Seu altar, embora os Seus adoradores tenham colocado outros deuses sobre ele. O templo ainda é santo pois a Presença que nele habita é a santidade.

4. No templo, a santidade aguarda em quietude o retorno daqueles que a amam. A Presença tem o conhecimento de que eles vão retornar para a pureza e para a graça. A amabilidade de Deus gentilmente os fará entrar e cobrirá todo o seu sentimento de dor e perda com a garantia imortal do Amor do seu Pai. Lá, o medo da morte será substituído pela alegria da vida. Pois Deus é Vida e eles habitam na Vida. A Vida é tão santa quanto a Santidade pela qual foi criada. A Presença da santidade vive em tudo o que vive, pois a santidade criou a vida e não deixa aquilo que criou santo como ela própria.

5. Nesse mundo, tu podes vir a ser um espelho sem mancha, no qual a santidade do teu Criador se irradia a partir de ti para tudo à tua volta. Podes refletir o Céu aqui. No entanto, é preciso que nenhum reflexo das imagens de outros deuses turve o espelho que manteria em si o reflexo de Deus. A terra pode refletir o Céu ou o inferno: Deus ou o ego. Tu só tens que deixar o espelho limpo, isento de todas as imagens de escuridão que escondeste e atraíste para ele. Deus brilhará nele por Si Mesmo. Só o claro reflexo de Deus pode ser percebido nele.

6. Os reflexos são vistos na luz. Na escuridão são obscuros e seu significado parece estar apenas em interpretações variáveis ao invés de em si mesmos. O reflexo de Deus não necessita de interpretação. Ele é claro. Só precisas limpar o espelho e a mensagem que se irradia daquilo que o espelho apresenta para que todos vejam, ninguém deixará de compreender. Essa é a mensagem que o Espírito Santo mantém no espelho que está em cada um. Cada um a reconhece porque a necessidade que tem dela lhe foi ensinada, mas não Portanto, deixa que ele a veja e a compartilhe contigo.

7. Se pudesses reconhecer, mesmo que fosse apenas por um instante, o poder de cura que o reflexo de Deus brilhando em ti pode trazer a todo o mundo, não poderias esperar para fazer com que o espelho da tua mente ficasse limpo para receber a imagem da santidade que cura o mundo. A imagem da santidade que brilha na tua mente não é obscura e não vai mudar. Seu significado para aqueles que olham para ela não é obscuro, pois todos a percebem como a mesma. Todos trazem os seus problemas diferentes para a sua luz curativa e todos os problemas lá acham apenas a cura.

8. A resposta da santidade a qualquer tipo de erro é sempre a mesma. Não há nenhuma contradição naquilo que a santidade invoca. A sua única resposta é a cura, sem consideração do que lhe é trazido. Aqueles que aprenderam a oferecer apenas cura, devido ao reflexo da santidade neles, estão afinal prontos para o Céu. Lá a santidade não é um reflexo, mas ao invés disso, a condição vigente daquilo que aqui era apenas um reflexo para eles. Deus não é uma imagem e as Suas criações, enquanto parte Dele, O mantêm em si na verdade. Elas não apenas refletem a verdade, são a verdade.


X. A igualdade dos milagres

1. Quando nenhuma percepção se interpõe entre Deus e Suas criações ou entre as Suas crianças e as deles próprios, o conhecimento da criação não pode deixar de continuar para sempre. Os reflexos que aceitas no espelho da tua mente no tempo, apenas fazem com que a eternidade se aproxime ou se afaste. Mas a eternidade em si está além de todo o tempo. Alcança o que está fora do tempo e toca-o, com a ajuda do seu reflexo em ti. Se te afastarás do tempo e te voltarás para a santidade, com tanta certeza quanto o reflexo da santidade chama a todos para que deixem de lado a culpa. Reflete a paz do Céu aqui e traze esse mundo para o Céu. Pois o reflexo da verdade atrai todas as pessoas para a verdade e, na medida em que entram na verdade, deixam para trás todos os reflexos.

2. No Céu a realidade é compartilhada, não refletida. Compartilhando seu reflexo aqui, a sua verdade vem a ser a única percepção que o Filho de Deus aceita. E assim a lembrança do seu Pai desponta nele e ele não mais se satisfaz com outra coisa que não seja a sua própria realidade. Tu, na terra, não tens nenhuma concepção do que seja a ausência de limites pois o mundo em que pareces viver é um mundo feito de limites. Nesse mundo, não é verdade que possa ocorrer qualquer coisa sem ordem de dificuldades. O milagre, portanto, tem uma função única e é motivado por um Professor único Que traz as leis de um outro mundo para esse. O milagre é a única coisa que podes fazer que transcende essa ordem, sendo baseado não em diferenças, mas na igualdade.

3. Milagres não estão em competição e o número de milagres que podes realizar é ilimitado. Eles podem ser simultâneos e tão numerosos quanto uma legião. Isso não é difícil de compreender uma vez que tu os concebes como sendo de alguma forma possíveis. O que é mais difícil de apreender é a ausência de ordem de dificuldades que sela o milagre como algo que não pode deixar de vir de algum outro lugar, não daqui. Do ponto de vista do mundo isso é impossível.

4. Talvez tenhas estado ciente de que não há competição entre os teus pensamentos, os quais, embora possam entrar em conflito, podem ocorrer juntos e em grande número. Tu podes estar tão habituado a isso que o fato te causa pouca surpresa. No entanto, estás também habituado a classificar alguns dos teus pensamentos como mais importantes, mais amplos ou melhores, mais sábios, ou mais produtivos e valiosos do que outros. Isso é verdadeiro no que diz respeito aos pensamentos que atravessam a mente daqueles que pensam que vivem à parte. Pois alguns são reflexos do Céu, enquanto outros são motivados pelo ego, que apenas parece pensar.

5. O resultado disso é uma trama, um padrão mutável, que nunca descansa e nunca fica parado. Move-se sem cessar através do espelho da tua mente e os reflexos do Céu não duram senão por um momento e logo se turvam à medida em que a escuridão os apaga. Onde houve luz, a escuridão em um instante a remove e padrões alternados de luz e de escuridão varrem de forma constante a tua mente. A pouca sanidade que ainda permanece é mantida por um sentido de ordem que tu estabeleces. Entretanto, o próprio fato de poderes fazer isso e trazer alguma ordem ao caos, te mostra que não és um ego e que tem que haver mais do que um ego em ti. Pois o ego é caos e se tudo em ti fosse o ego, absolutamente nenhuma ordem seria possível. Entretanto, embora a ordem que impões à tua mente limite o ego, ela também te limita. Ordenar é julgar e organizar através do julgamento. Difícil aprender que não tens nenhuma base para ordenar os teus pensamentos. O Espírito Santo ensina essa lição dando-te brilhantes exemplos de milagres para mostrar-te que a tua maneira de ordenar está errada, mas que uma maneira melhor te é oferecida. O milagre oferece exatamente a mesma resposta a todo pedido de ajuda. Ele não julga o pedido. Meramente reconhece o que ele é e responde de acordo. Ele não considera que chamado é o mais alto, ou o maior ou o mais importante. Tu, que ainda estás preso ao julgamento, podes ficar imaginando como podes ser solicitado a fazer algo que requer que não tenhas qualquer julgamento próprio. A resposta é muito simples. O poder de Deus, não o teu, engendra milagres. O milagre em si mesmo é apenas a testemunha de que tens o poder de Deus em ti. "Essa é a razão pela qual o milagre abençoa igualmente a todos os que o compartilham e é também por isso que todos o compartilham. O poder de Deus é ilimitado. E sendo sempre máximo, oferece tudo a qualquer chamado, de qualquer pessoa. Não há nenhuma ordem de dificuldades aqui. A um pedido de ajuda, se dá ajuda.

7. O único julgamento envolvido é a divisão única do Espírito Santo em duas categorias: uma, de amor e a outra, o pedido de amor. Não podes fazer essa divisão com segurança, pois estás por demais confuso para reconhecer o amor ou para acreditar que tudo o mais não é senão um pedido de amor. Estás por demais preso à forma e não ao conteúdo. O que consideras conteúdo não é absolutamente conteúdo. É meramente forma e nada mais. Pois não respondes ao que um irmão realmente te oferece, mas só à percepção particular do seu oferecimento pela qual o ego o julga.

8. O ego é incapaz de compreender o conteúdo e não se preocupa absolutamente com ele. Para o ego se a forma é aceitável, o conteúdo também tem que ser. De outro modo, ele atacará a forma. Se acreditas que compreendes alguma coisa a respeito da "dinâmica" do ego, permita-me assegurar-te que nada compreendes. Pois por ti mesmo, não poderias compreendê-la. O estudo do ego não é o estudo da mente. De fato, o ego gosta de se estudar e aprova inteiramente as iniciativas de estudantes que querem "analisá-lo", assim aprovando a sua importância. No entanto, eles apenas estudam a forma sem conteúdo significativo. Pois o seu professor é sem sentido, embora tenha o cuidado de esconder esse fato por trás de palavras que impressionam, mas às quais falta qualquer sentido consistente quando são postas juntas.

9. Isso é característico dos julgamentos do ego. Separadamente, eles parecem manter-se, mas ponha-os juntos e o sistema de pensamento que surge dessa união é incoerente e completamente caótico. Pois a forma não é suficiente para o significado e a falta de conteúdo subjacente faz com que um sistema coeso seja impossível. Assim, a separação permanece sendo a condição escolhida pelo ego. Pois ninguém sozinho pode julgar o ego verdadeiramente. No entanto, quando dois ou mais se reunem para buscar a verdade, o ego já não é mais capaz de defender a sua falta de conteúdo. O fato da união lhes diz que ele não é verdadeiro.

10. É impossível lembrar de Deus em segredo e sozinho. Pois lembrar de Deus significa que não estás sozinho e estás disposto a lembrar-te disso. Não tomes nenhum pensamento para ti mesmo, pois nenhum pensamento que tenhas é para ti mesmo. Se queres te lembrar do teu Pai, deixa que o Espírito Santo ordene os teus pensamentos e dá apenas a resposta com a qual Ele te responde. Todas as pessoas buscam amor como tu o fazes, mas ninguém o conhece a menos que se una a ti nesta busca. Se empreendeis juntos a busca, vós levais convosco uma luz tão poderosa que dá significado ao que vedes. A jornada solitária falha porque excluiu aquilo que quer achar.

11. Assim como Deus se comunica com o Espírito Santo em ti, também o Espírito Santo traduz as comunicações Dele através de ti de forma que possas compreendê-las. Deus não tem comunicações secretas, pois tudo o que é Dele é perfeitamente aberto e livremente acessível a todos, sendo para todos. Nada vive em segredo e o que queres esconder do Espírito Santo é nada. Qualquer interpretação que quiseres dar a um irmão não tem sentido. Deixa que o Espírito Santo mostre-o a ti e ensine a ambos o seu amor e o seu pedido de amor. Nem a sua mente e nem a tua contém mais do que estas duas ordens de pensamento.

12. O milagre é o reconhecimento de que isso é verdadeiro. Onde há amor, o teu irmão tem que dá-lo a ti devido ao que é o amor. Mas onde há um pedido de amor, tu tens que dá-lo, devido ao que és. Anteriormente, eu disse que esse curso iria te ensinar como lembrar-te do que és, restaurando a tua Identidade em ti. Nós já aprendemos que essa Identidade é compartilhada. O milagre vem a ser o meio de compartilhá-La. Suprindo a tua Identidade aonde quer que Ela não seja reconhecida, tu A reconhecerás. E o próprio Deus, Cuja Vontade é estar com Seu Filho para sempre, abençoará cada reconhecimento do Seu Filho com todo o Amor que tem por ele. E o poder de todo o Seu Amor não estará ausente de qualquer milagre que ofereças ao Seu Filho. Como, então, pode haver qualquer ordem de dificuldades entre eles?


XI. O teste da verdade

1. Por ora, a coisa essencial é aprender que tu não tens o conhecimento.* O conhecimento é poder e todo poder é de Deus. Tu, que tentaste reter o poder para ti mesmo, "perdeste-o". Ainda tens o poder, mas interpuseste tanta coisa entre ele e a tua consciência que não podes usá-lo. Tudo o que ensinaste a ti mesmo fez com que o teu poder fosse cada vez mais obscuro para ti. Não sabes o que ele é, nem onde está. Fizeste uma aparência de poder e uma exibição de força tão lamentáveis que elas não podem deixar de falhar. Pois o poder não é uma força aparente e a verdade está além de qualquer espécie de aparência. Entretanto, tudo o que se interpõe entre tu e o poder de Deus em ti não é senão o teu aprendizado do falso e as tuas tentativas de desfazer o que é verdadeiro.

2. Que estejas disposto, então, a deixar que tudo isso seja desfeito e fica contente com o fato de que não estás preso a isso para sempre. Pois ensinaste a ti mesmo como aprisionar o Filho de Deus, uma lição tão impensável que só os insanos, no mais profundo dos sonos, poderiam sequer sonhá-la. É possível Deus aprender como não ser Deus? E é possível que Seu Filho, a quem Ele deu todo o poder, aprenda a ser impotente? O que é que ensinaste a ti mesmo que possas realmente preferir manter no lugar do que tens e do que és?

3. A Expiação te ensina como escapar para sempre daquilo que ensinaste a ti mesmo no passado, mostrando-te só o que és agora. O aprendizado foi realizado antes mesmo de seus efeitos se manifestarem. O aprendizado está, portanto, no passado, mas a sua influência determina o presente, dando a ele qualquer que seja o significado que tem para ti. O teu aprendizado não dá ao presente qualquer significado. Nada do que jamais aprendeste pode te ajudar a compreender o presente ou te ensinar como desfazer o passado. O teu passado é o que ensinaste a ti mesmo. Deixa que tudo isso se vá. Não tentes compreender qualquer evento, qualquer coisa ou qualquer pessoa sob essa "luz", pois a escuridão dentro da qual tu procuras ver só pode obscurecer. Não deposites qualquer confiança na escuridão no sentido de iluminar a tua compreensão, pois se o fizeres, estarás contradizendo a luz e assim pensarás que vês a escuridão. Entretanto, a escuridão não pode ser vista, pois não é nada além de uma condição na qual ver torna-se impossível.

4. Tu, que ainda não trouxeste toda a escuridão que ensinaste a ti mesmo à luz que está em ti, dificilmente podes julgar a verdade e o valor deste curso. No entanto, Deus não te abandonou. E assim tens mais uma lição enviada por Ele, já aprendida para toda criança da luz por Aquele a Quem Deus a deu. Essa lição brilha com a glória de Deus, pois nela está o Seu poder, que Ele com tanto contentamento compartilha com Seu Filho. Aprende a respeito da Sua felicidade, que é a tua. Mas para realizar isso, todas as tuas lições escuras têm que ser voluntariamente trazidas à verdade e alegremente entregues por mãos abertas para receber, não fechadas para tomar. Cada lição escura que trazes Aquele Que ensina a luz, Ele aceitará de ti porque tu não a queres. E contente Ele trocará cada uma pela lição brilhante que Ele aprendeu para ti. Nunca acredites que qualquer lição que tenhas aprendido à parte Dele signifique qualquer coisa.

5. Tens um teste, tão certo quanto Deus, para reconheceres se o que aprendeste é verdadeiro.

* Referência a Sócrates. O verbo comumente associado a essa citação é "saber".

Se estás totalmente livre de qualquer tipo de medo e se todos aqueles que se encontram contigo ou até mesmo pensam em ti compartilham a tua paz perfeita, então podes estar seguro de que aprendeste a lição de Deus e não a tua própria. A não ser que tudo isso seja verdadeiro, existem na tua mente lições escuras que te ferem e retardam e fazem o mesmo a todos em torno de ti. A ausência da paz perfeita significa apenas uma coisa: pensas que a tua vontade para com o Filho de Deus não é a mesma que a Vontade do seu Pai para ele. Toda lição escura ensina isso, de uma forma ou de outra. E cada lição brilhante com a qual o Espírito Santo substituirá as escuras que tu não aceitas te ensina que a tua vontade é a do Pai e a de Seu Filho.

6. Não te preocupes acerca de como poderás aprender uma lição tão completamente diferente de tudo o que ensinaste a ti mesmo. Como poderias saber? A tua parte é muito simples. Só precisas reconhecer que tudo o que aprendeste, tu não queres. Pede para ser ensinado e não uses as tuas experiências para confirmar o que aprendeste. Quando a tua paz é ameaçada ou perturbada, de qualquer forma, dize a ti mesmo:

Eu não conheço o significado de coisa alguma, inclusive disso. E, portanto, eu não sei como responder a isso. E não vou usar o meu próprio aprendizado passado como a luz que há de me guiar agora.

Com essa recusa de tentares ensinar a ti mesmo o que não conheces, o Guia que Deus te deu vai falar contigo. Ele tomará o Seu lugar de direito na tua consciência no instante em que tu o abandonares e o ofereceres a Ele.

7. Não podes ser o teu próprio guia para milagres, pois foste tu que fizeste com que fossem necessários. E porque fizeste isso, os meios dos quais dependes para os milagres te foram providos. O Filho de Deus não pode fabricar necessidades que o seu Pai não satisfaça, se ele apenas voltar-se um pouco para Ele. No entanto, Ele não pode obrigar Seu Filho a voltar-se para Ele e permanecer sendo Ele próprio. É impossível que Deus perca a Sua Identidade, pois se Ele o fizesse, perderias a tua. E sendo a tua, Ele não pode mudar a Si Mesmo, pois a tua Identidade é imutável. O milagre reconhece a Sua imutabilidade vendo o Seu Filho como ele sempre foi e não como ele quer se fazer. O milagre traz os efeitos que só a inculpabilidade pode trazer e assim estabelece o fato de que a inculpabilidade não pode deixar de ser.

8. Como é possível que tu, tão firmemente ligado à culpa e comprometido a assim permaneceres, estabeleças para ti mesmo a tua inculpabilidade? Isso é impossível. Mas estejas certo de que estás disposto a reconhecer que isso é impossível. A orientação do Espírito Santo é limitada apenas porque pensas que podes conduzir alguma pequena parte ou lidar com certos aspectos da tua vida sozinho. Assim queres fazer com que Ele seja inconfiável e usar essa falta de confiabilidade fictícia como uma desculpa para esconder Dele certas lições escuras. E limitando assim a orientação que queres aceitar, és incapaz de depender dos milagres para responder a todos os teus problemas por ti.

9. Pensas que aquilo que o Espírito Santo quer que dês, Ele deixaria de te dar? Não tens nenhum problema que Ele não possa solucionar oferecendo-te um milagre. Milagres são para ti. E todo medo ou toda dor ou toda provação que tenhas já foi desfeito. Ele trouxe todos eles à luz, tendo-os aceito em teu lugar e reconhecido que nunca existiram. Não existem lições escuras que Ele já não tenha iluminado por ti. As lições que irias ensinar a ti mesmo, Ele já corrigiu. Elas não existem na Sua Mente em absoluto. Pois o

passado não prende a Ele e, portanto, não prende a ti. Ele não vê o tempo como tu o vês. E cada milagre que Ele te oferece, corrige o uso que fazes do tempo, fazendo com que seja o Seu.

10. Aquele Que te libertou do passado, quer ensinar-te que estás livre do passado. Ele só quer que aceites as Suas realizações como tuas, porque Ele as realizou por ti. E porque Ele as realizou, elas são tuas. Ele fez com que sejas livre daquilo que fizeste. Podes negá-Lo, mas não podes chamá-Lo em vão. Ele sempre dá as Suas dádivas em lugar das tuas. Ele quer estabelecer Seu brilhante ensinamento de forma tão firme em tua mente, que nenhuma lição escura de culpa possa habitar no que Ele estabeleceu como santo através da Sua Presença. Agradece a Deus porque Ele está aí e trabalha através de ti. E todas as Suas obras são tuas. Ele te oferece um milagre com cada um que permites que Ele faça através de ti.

11. O Filho de Deus será sempre indivisível. Como somos mantidos como um em Deus, aprendemos como um Nele. O Professor de Deus é como Seu Criador assim como Seu Filho e, através do Seu Professor, Deus proclama a Sua Unicidade e a do Seu Filho. Escuta em silêncio e não levantes a tua voz contra Ele. Pois Ele ensina o milagre da unicidade e diante da Sua lição a divisão desaparece. Ensina como Ele aqui e irás lembrar-te que sempre criaste como teu Pai. O milagre da criação nunca cessou, tendo sobre si o selo santo da imortalidade. Essa é a Vontade de Deus para toda a criação e toda a criação se une nesta vontade.

12. Aqueles que lembram-se sempre que nada conhecem e que vieram a estar dispostos a aprender todas as coisas, irão aprendê-las. Mas sempre que confiarem em si mesmos, nada aprenderão. Destruíram sua motivação para aprender por pensarem que já sabem. Não penses que compreendes coisa alguma enquanto não passares pelo teste da paz perfeita, pois a paz e a compreensão vão juntas e nunca podem ser achadas sozinhas. Cada uma traz a outra consigo, pois é a lei de Deus que não sejam separadas. Elas são causa e efeito uma da outra e, assim, quando uma está ausente, a outra não pode estar.

13. Só aqueles que reconhecem que não podem ter o conhecimento a não ser que os efeitos da compreensão estejam com eles, podem realmente aprender alguma coisa. Para isso, é preciso que eles queiram a paz e nada mais. Sempre que pensas que sabes, a paz sairá de ti, porque terás abandonado o Professor da paz. Sempre que compreendes inteiramente que não sabes a paz retornará, pois terás convidado a Ele para fazer isso, abandonando o ego a Seu favor. Não invoques o ego para nada; é só isso que precisas fazer. O Espírito Santo irá, por Si mesmo, preencher todas as mentes que assim abrem espaço para Ele.

14. Se queres paz, tens que abandonar o professor do ataque. O Professor da paz jamais te abandonará. Tu podes desertá-Lo, mas Ele jamais retribuirá, pois a Sua fé em ti é a Sua compreensão. Ela é tão firme quanto é a Sua fé no Seu Criador e Ele tem o conhecimento de que fé no Seu Criador não pode deixar de abranger fé na Sua criação. Nesta consistência está a Sua santidade, que Ele não pode abandonar, pois não é Sua vontade fazê-lo. Tendo a tua perfeição sempre diante da Sua vista, Ele dá a dádiva da paz a todas as pessoas que percebem a necessidade da paz e querem tê-la. Abre caminho para a paz e ela virá. Pois a compreensão está em ti e dela necessariamente vem a paz.

15. O poder de Deus, do qual ambas surgem, é teu com tanta certeza quanto é Dele. Tu pensas que não O conheces só porque, sozinho, é impossível conhecê-Lo. No entanto, vê as obras poderosas que Ele fará através de ti e terás que te convencer de que as fizeste através Dele. É impossível negar a Fonte de efeitos que têm tanto poder que não poderiam vir de ti. Abre espaço para Ele e achar-te-ás tão pleno de poder que nada prevalecerá contra a tua paz. E esse será o teste pelo qual reconhecerás que compreendeste.